MPF pede nulidade de depoimento de réu que acusou Moro na Lava Jato
Tacla Duran, acusado de movimentar propinas da Odebrecht, foi ouvido por novo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba
O Ministério Público Federal, no Paraná, pediu a nulidade da audiência do novo juiz da Operação Lava Jato, Eduardo Appio, em que ouviu Rodrigo Tacla Duran, réu nos processos como operador de propinas da Odebrecht. Em videoconferência com o magistrado, direto da Espanha, na 2ª feira (27.mar), ele acusou suposta extorsão por parte de um advogado que seria ligado ao senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato.
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Duran também acusou o ex-procurador Deltan Dallagnol, atual deputado federal pelo Podemos-PR, na audiência. Réu no processo, ele foi ouvido como testemunha por Appio, que uma semana antes revogou a ordem de prisão contra o acusado desde 2017 - decratada por Moro.
Tacla Duran foi ouvido no dia pelo juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Ele não foi questionado sobre o processo. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski havia suspendeu o andamento do processo recentemente, o que possibilitou o depoimento do réu como testemunha.
Assim que começou a falar, Tacla Duran acusou Moro e Deltan. O juiz então disse que os fatos eram de competência do STF, interrompeu a audiência e determinou o envio das acusações para Lewandowski - que depois do feriado de Páscoa, vai se aposentar.
O procurador da República Walter José Mathias Junior pediu sigilo da gravação da audiência, o que foi negado por Appio. No pedido, isso foi destacado. Para o MPF, a intimação de Taqcla Duran se deu "em clara contradição" ao decidido pelo STF.
O depoimento do réu foi oficializado como uma audiência para ajustes das medidas cautelares do réu, após a revogação de sua prisão. O MPF afirma que o depoimento serviu, porém, para Duran fazer "críticas aos trabalhos realizados pela força-tarefa e magistrados que antecederam os trabalhos perante o juízo e elucubrar sobre supostas provas que estariam há anos em seu poder".
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