Moraes nega liberdade a Anderson Torres para preservar apuração
Ministro do STF mandou prender ex-ministro de Bolsonaro por suposta omissão nos atos golpistas de 8/1
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou nesta 4ª feira (1.mar) a soltura do ex-ministro da Justiça e ex-secretário da Segurança do Distrito Federal Anderson Torres.
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O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) está detido desde o dia 14 de janeiro, quando retornou ao Brasil. Ele teve prisão decretada por Moraes, por suposta omissão dolosa na segurança do DF no dia 8 de janeiro, quando golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes.
Moraes, ao negar o pedido de revogação da prisão preventiva de Torres, argumentou que as apurações seguem e que sua ordem cautelar é necessária para preservar o inquérito.
"A prisão de Anderson Torres, portranto, se trata de medida razoável, adequada e proporcional para garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal", registra a decisão.
O ministro do STF cita ainda a descoberta da "minuta do golpe" que foi apreendida na casa do ex-ministro, em Brasília, durante as buscas da Polícia Federal. (PF).
Em busca e apreensão realizada em sua residência, foi apreendida uma "Minuta de Decreto" que objetivava estabelecer Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral e frustrar o processo eleitoral ocorrido em 2022, documento que ainda precisa ser periciado."
O ministro acolheu parecer do Ministério Público Federal (MPF), que entendeu pela necessidade de manter Torres em prisão preventiva. O órgão destacou imagens do documento encontrado na casa do ex-ministro, em uma pasta oficial do governo, que é um esboço para intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo Moraes, em relação ao documento, a "Procuradoria-Geral da República ressaltou a probabilidade de que, em liberdade, Anderson Gustavo Torres coloque em risco o prosseguimento das investigações, a colheita de provas e, por conseguinte, a persecução penal."
Torres é investigado nesse inquérito junto com o governador afastado do Distrito Federal, Anderson Torres (MDB), e os ex-comandantes da Polícia Militar por suposta omissão dolosa na segurança da Esplanada dos Ministérios, em 8 de janeiro. Quando os golpistas invadiram as sedes dos três poderes, em Brasília.
Torres está preso desde o dia 14 de janeiro, quando retornou dos Estados Unidos. Ele foi demitido, ainda no dia 8 de janeiro, pelo governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) - também alvo de investigação -, dias depois de assumir o cargo de Secretário de Segurança Pública.
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