"Vampirismo mercadológico", diz Padilha contra PEC que libera venda de plasma
Ministro disse que texto autoriza comercialização de sangue e pediu que proposta não seja aprovada na CCJ
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se posicionou nesta 4ª feira (4.out) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da comercialização do plasma humano. Classificando o texto como "vampirismo mercadológico", Padilha disse que a proposta é um retrocesso e fez um apelo para que não seja aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, CCJ.
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"Essa proposta da PEC autoriza empresas privadas a captarem sangue humano e venderem produtos desse sangue. É uma PEC que é um verdadeiro vampirismo mercadológico. É autorizar que empresas privadas suguem o sangue da população brasileira e transformem isso com produto a ser vendido com discurso de que essa venda poderia tratar os seus pacientes privados", declarou Padilha.
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A PEC em discussão na CCJ define regras para coleta, processamento e comercialização de plasma - um líquido amarelado que se pode retirar do sangue humano e funcionar como matéria-prima para medicamentos. Atualmente, apenas o governo pode produzir medicamentos do tipo. A proposta quer mudar a Constituição para que a prática também esteja liberada para a indústria farmacêutica.
"Vim fazer um apelo aos senadores e senadoras, não só como ministro da SRI [Secretaria de Relações Institucionais], mas como um médico infectologista para que não se aprove essa PEC que é uma PEC da comercialização do sangue humano", afirmou o ministro em outro momento.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também se posicionou contra o texto, e disse que a PEC pode trazer riscos para a rede de serviços hemoterápicos do Brasil. "A comercialização de plasma pode trazer impacto negativo nas doações voluntárias de sangue, pois há estudos que sugerem que, quando as doações são remuneradas, as pessoas podem ser menos propensas a doar por motivos altruístas", diz trecho de posicionamento divulgado.
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