Lira questiona fala de Lula sobre tornar secreto os votos de ministros do STF
Presidente da Câmara ponderou que princípio da transparência ficaria "ofuscado"
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se opôs a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que votos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam secretos. Para Lira, a medida poderia ofuscar a transparência.
"O princípio da transparência, que é tão exigido no televisionamento das decisões, vai ficar ofuscado, mas longe de mim saber quais os motivos que foram tratados para dar uma declaração como essa", disse, ao chegar na Câmara, nesta 3ª feira (5.set).
Lira também ponderou que é difícil comentar a respeito do tema, e que juristas se posicionaram contra a possibilidade citada pelo presidente.
"É difícil avaliar a posição de outras pessoas sem você ter conversado com ela sobre. O que estamos vendo é o posicionamento firme de muitos juristas, inclusive ex-ministros, muito contra. Você já tem uma Suprema Corte com muita visibilidade, agora você vai ter uma com muita visibilidade sem saber como estão votando", afirmou.
Mais cedo, em transmissão feita por Lula, o presidente disse que votos do STF devem ter "menos foco", e opinou que a forma como se vota um ministro do Supremo não deveria ser divulgada.
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"A sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz", disse.