STF condena a 14 anos de prisão o 2º réu julgado pelos crimes do 8/1
O paulista Thiago de Assis Mathar foi sentenciado pelos 5 crimes denunciados pela PGR, incluindo golpe de Estado
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou na tarde desta 5ª feira (14.set) o segundo réu julgado pelos crimes de 8 de janeiro. Thiago de Assis Mathar foi preso no dia das invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília, e vai cumprir pena de 14 anos de prisão - 12 anos e meio em regime fechado.
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A maioria dos ministros seguiu o voto do relator dos processos, ministro Alexandre de Moraes, que estipulou uma pena reduzida em relação ao primeiro condenado. Aécio Lúcio Costa Pereira - o primeiro condenado - pegou péna de 17 anos, em julgamento pela manhã.
No voto do processo contra Mathar, o relator explicou que a pena prevista por ele era inferior, por não ter postado imagens das invasões. "Diferentemente do réu anterior, ele não postou e não ficou incentivando que outros adentrassem. Então entendo que sua conduta tenha uma reprimenda menor do que a conduta do réu anterior."
Os crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR):
- golpe de Estado;
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- associação criminosa armada;
- dano qualificado contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
- deterioração de patrimônio tombado.
Condenado
Mathar tem 42 anos e é de São José do Rio Preto. O defensor, o advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior, argumentou que o cliente não estava envolvido em um plano de golpe de estado, nem se associou a qualquer crime.
"Nós temos sim, mesmo em crimes multitudinários, que olhar para cada grupo. Temos grupos executores, mas também temos grupos manifestantes", afirmou o advogado, em sua sustentação oral no STF. Segundo ele, o cliente não estava e entre os que foram à Praça dos Três Poderes para fazer "bandalheira".
O defensor ainda criticou diretamente os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Segundo o advogado, o relator julga com "raiva", "rancor" e "com pitadas de ódio". Disse ainda que Barroso fez afirmações falsas.
O ministro Barroso rebateu e foi apoiado pela presidente do STF, Rosa Weber. Já Moraes foi duro na resposta e classificou de "patética e medíocre" a fala do defensor.
"É patético e mediocre que um advogado suba à tribuna do Supremo Tribunal Federal com um discurso de ódio, com discurso para postar depois nas redes sociais, que veio aqui para agredir o Supremo Tribunal Federal, talvez pretendendo ser vereador do seu município no ano que vem."
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