Bolsonaro e Moraes se encontram em posse no STJ após operação; Aras falta
Foi o primeiro encontro público após ação da Polícia Federal contra empresários aliados do presidente
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, estiveram frente a frente na tarde desta 5ª feira (25.ago) em cerimônia de posse no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Bolsonaro compôs a mesa de autoridades, ao lado dos ministros da Corte; do presidente do STF, Luiz Fux; do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e de Lindôra Araújo, vice-procuradora geral da República, que representou o chefe do Ministério Público Federal, Augusto Aras, que não compareceu ao evento. O procurador-geral iria discursar na posse e foi substituído por Lindôra, que justificou que Aras "teve um problema muito sério, de última hora". Lindôra recentemente fez críticas públicas às últimas medidas de Moraes, mas durante o discurso saudou o magistrado, que foi aplaudido pelos presentes. No momento das palmas, Bolsonaro permaneceu imóvel.
Alexandre de Moraes estava sentado na primeira fileira do plenário, exatamente à frente da bancada ocupada por Jair Bolsonaro.
Foi o primeiro encontro público dos dois desde a posse de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 16 de agosto. Na ocasião, em tom amistoso, os dois chegaram a conversar ao pé do ouvido. Dias depois, após a divulgação de conversas de WhatsApp entre empresários ligados a Bolsonaro, o magistrado autorizou operações de busca e apreensão pela Polícia Federal contra os apoiadores do presidente, o que gerou reação de ministros palacianos e do próprio chefe do Executivo.
Ao contrário do último encontro público, desta vez, os dois não foram vistos conversando, também não se cumprimentaram diante das câmeras.
Cerca de uma hora e meia antes da cerimônia, sem citar nomes ou se referir ao episódio, Bolsonaro fez vários postagens nas redes sociais, repercutindo a defesa da democracia e o respeito à Constituição Federal. Em um dos posts, publicou: "Ofender, ameaçar e restringir o direito à liberdade, em suas várias vertentes, contraria a única carta à democracia, a nossa Constituição de 1988", escreveu o presidente.
Posse
O encontro entre o magistrado e o mandatário foi na cerimônia de posse da ministra Maria Thereza de Assis Moura, como presidente do Superior Tribunal de Justiça, e do ministro Og Fernandes, como vice. Os dois magistrados vão comandar o STJ no biênio 2022-2024, período em que também dirigirão o Conselho da Justiça Federal (CJF). Os dois comandam o chamado Tribunal da Cidadania, em substituição aos ministros Humberto Martins e Jorge Mussi, respectivamente.
