Lula nega nome de Gleisi e diz não ter pressa para decidir ministros
Em Brasília, petista afirmou ter 80% do governo em mente, mas que oficializará nomes após 12 de dezembro
Sem pressa, a composição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será oficializada apenas após a diplomação, prevista para 12 de dezembro. Em Brasília, nesta 6ª feira (2.dez), o petista disse que está com quase todas as decisões definidas, e descartou a possibilidade de que a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), assuma alguma pasta.
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"No fundo, eu já tenho 80% do ministério na cabeça, mas não quero construir ministério para mim, mas para as forças políticas que me ajudaram a ganhar as eleições", declarou Lula. "Depois que eu for diplomado, reconhecido, aí vou começar a escolher meu ministério. Não precisa ninguém ficar angustiado", completou.
Em relação a possível indicação de Gleisi Hoffmann, Lula afirmou que a deputada o ajudará a governar o país, mas trabalhando dentro do Partido dos Trabalhadores. "O fato de eu ter dito para Gleisi que ela não vai ser ministra na verdade é um reconhecimento do papel que a Gleisi tem da organização política do PT para o Brasil. O PT é o partido mais importante dos setores progressistas do país. O mais importante de esquerda da América Latina", defendeu.
Também para depois da diplomação -- evento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que habilita o mandato do candidato eleito -- ficou previsto o encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O petista confirmou que se reunirá com o líder norte-americano antes da posse, conforme foi antecipado pelo ex-ministro Fernando Haddad.
PEC da Transição
Ao longo das declarações à imprensa, dadas na sede do governo de transição, em Brasília, Lula também se mostrou confiante para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. O petista disse estar "convencido" de que o Congresso apoiará a medida, por ser uma ação, segundo ele, em prol da população: "As pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC. É o Brasil que precisa dessa PEC".
Entre os argumentos, o petista também criticou cortes de verbas em ministérios definidos pelo atual governo, afirmando até que o texto não seria uma "PEC de Lula", mas sim uma "PEC do Bolsonaro". O presidente eleito ainda afirmou não trabalhar com um valor mínimo para a proposta. E que está aberto à negociações com o Congresso, caso seja necessário.
Orçamento Secreto
Lula também se posicionou contra às emendas de relator, que ficaram conhecidas como "Orçamento Secreto", e disse que a medida não pode continuar da forma que está. O petista disse que as emendas devem "deixar de ser secretas", e que não irá se posicionar contra decisão do Supremo Tribunal Federal que apontou inconstitucionalidade da proposta.
"Como é que eu posso falar do STF? Uma das coisas que eu quero fazer é o Brasil voltar à naturalidade. Eu não quero ministro do Supremo legislando, governando. A decisão que eles tomarem, será acatada. Eu não discuto decisão da Suprema Corte", enfatizou.