"Se precisar, recebo a faixa do povo brasileiro", diz Lula
Candidato do PT afasta risco de golpe em entrevista coletiva um dia antes do 2º turno
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, em entrevista coletiva com jornalista neste sábado (29.out) que, caso vença as eleições e Jair Bolsonaro (PL) se recuse a entregar a faixa, ele a receberá "do povo brasileiro".
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"Eu disputei muitas eleições, quem perder vai pra casa lamentar e quem ganhar vai festejar", disse Lula. "Se precisar, eu recebo a faixa do povo brasileiro, coloco uma centena para passar a faixa, não precisa ser ele [Bolsonaro]. Agora, se ele for educado e civilizado, se for um cidadão do século 21, ele simplesmente reconhece", acrescentou.
O candidato à reeleição pelo PL afirmou, em debate na 6ª feira (28.out), que vai respeitar o resultado das urnas, independentemente do vencedor. Em entrevistas anteriores, como no programa Candidatos com Ratinho, do SBT, Bolsonaro colocava condições para aceitar o resultado do pleito, dizendo que "eleições limpas você não tem que discutir".
"Só tivemos um presidente que não quis passar a faixa, que foi João Figueiredo que não quis passar para Sarney, mas isso é o de menos", disse Lula neste sábado, em São Paulo. O candidato fez referência à transição de mandato entre João Baptista Figueiredo e José Sarney, em 1985. À época, Figueiredo, último presidente da ditadura militar, se recusou a comparecer à posse de seu sucessor.
Em seu discurso, Lula também voltou a falar sobre política externa e afirmou que, se eleito, irá reestabelecer as relações internacionais do país. "Não existe nenhum país do mundo hoje isolado como o Brasil. [...] O presidente Jair Bolsonaro não tem relação internacional e ainda faz questão de brigar com os vizinhos. Uma coisa que quero fazer assim que ganhar as eleições é tentar fazer uma viagem para tentar restabelecer a relação do país com a nossa querida américa do sul", disse.
O ex-presidente também rebateu declarações de Bolsonaro em relação a Microempreendedores Individuais (MEIs). Em rede social, o adversário do PL compartilhou mensagens de críticas ao petista e que exaltam os MEIs. Entre as mensagens, estava a indicação de que o tipo de contratação não faz pagamentos a sindicatos.
"Eles mudaram a regra e colocaram o MEI como se fosse trabalhador registrado com carteira profissional. E eu disse que ele [Bolsonaro] estava errado, que ele não podia colocar o MEI nessa relação de capital de trabalho, empregado e empregador, porque não existe. O MEI são pequenos empreendedores, que fui eu que criei no meu governo [...] e ele está dizendo na rede social que eu quero acabar com o MEI", afirmou.