Eleições

Economia e corrupção foram destaques em debate com presidenciáveis em 2014

Sete políticos se enfrentaram no SBT naquele ano

O SBT realiza neste sábado (24.set) -- às 18h15 --, em pool com os veículos CNNEstadão/EldoradoTerraVeja e Rádio Nova Brasil FM, um debate entre seis candidatos a presidente da República: Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Felipe D'Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB). Nessa mesma época, há oito anos, a emissora transmitiu um debate entre Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (Psol), Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB), Pastor Everaldo (PSC) e Levy Fidelix (PRTB), que concorriam ao Palácio do Planalto naquele momento.

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O jornalista Carlos Nascimento, do SBT, fez a mediação do debate. Economia, segurança pública e corrupção estiveram entre os temas abordados pelos políticos. Dilma Rousseff, que veio a vencer a eleição daquele ano em segundo turno, contra Aécio Neves, foi a primeira a perguntar a um concorrente. "A senhora disse que vai antecipar 10% do PIB para a educação, 70 bilhões, 10% da receita bruta para a saúde, 40 bilhões, passe livre estudantil, 14 bilhões. Mais dinheiro para os municípios, 9 bilhões, e várias outras promessas. Todas essas promessas dão 140 bilhões. De onde a senhora vai arranjar o dinheiro para cobri-las?", falou a Marina Silva. A política do PSB respondeu que se tratavam de "compromissos" e que, para implementar as medidas, trabalharia para o país voltar "a ter eficiência" no uso dos recursos públicos e faria com que o orçamento pudesse "ser acrescido a partir da eficiência que teremos em relação aos tributos que são recolhidos da sociedade".

Posteriormente, Dilma a atacou dizendo que a adversária estava abandonando "um dinheiro garantido e seguro, decorrente da exploração do pré-sal, para ser investido na educação e saúde". Marina rebateu; segundo ela, esse dinheiro já estava "assegurado" e faria "bom uso dos recursos do pré-sal". A segunda pergunta foi feita por Eduardo Jorge, a Dilma. Quando a escolheu, a petista disse que ele não podia questioná-la, e Carlos Nascimento interveio: "Pode uma vez cada pessoa". Assim, a presidente concordou: "Está certíssimo, Carlos Nascimento, é o nervosismo do debate". Eduardo Jorge, então, criticou a situação das penitenciárias do Brasil, e perguntou porque configuravam um cenário "tão terrível" após 12 de governo do PT. Dilma concordou com ele sobre a situação ser "uma barbárie", mas sugeriu não ser culpa do Governo Federal; relembrou ter investido R$ 1 bilhão para que fossem financiadas modificações e novas penitenciárias, e disse que os governos estaduais estavam encontrando dificuldades para construir novas, porque municípios não queriam em seus territórios.

Ainda na reposta, a petista destacou o investimento em segurança pública do seu governo e propôs integração das polícias estaduais com a federal, com apoio das Forças Armadas, para reprimir tráfico de drogas e armas na fronteira. Segundo Eduardo Jorge, Dilma estava errada por insistir "nessa estratégia de guerra às drogas fracassada e que é um dos motivos de transformar as penitenciárias em verdadeira panela de pressão controlada pelo exército do crime". Conforme ele também, o Governo Federal e os governos federais estavam errando em relação aos presídios por investirem apenas "na privação da liberdade". Luciana Genro questionou Aécio Neves se o fator previdenciário e a desvinculação do reajuste dos aposentados com o salário mínimo, os quais classificou como "maldades", configuravam uma política que unificava o tucano ao PT. Ele respondeu elogiando o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e que estava discutindo com o sindicato dos aposentados formas de garantir reajuste "mais digno". "A proposta do PSDB são migalhas para os aposentados", atacou Luciana. Ela acusou Aécio, Dilma e Marina de privilegiarem o interesse dos bancos, dos milionários, "em detrimento dos interesses da maioria do povo".

Aécio, por sua vez, perguntou a Eduardo Jorge se ele achava que o Governo Federal havia fracassado "na condução da política econômica do país depois de 12 anos". "Sim e é esse o legado que vai ser deixado para o que vai sucedê-lo", respondeu o integrante do PV. Depois, falou que a ideia de seu partido era baixar a taxa básica de juros, a Selic, "até chegar ao nível civilizado de outros países da inflação", e Aécio atacou a gestão de Dilma: "fracassou na condução da economia, na gestão do Estado e na melhoria dos nossos indicadores sociais".

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Luciana Genro, Levy Fidelix, Dilma e Marina também falaram sobre economia. A primeira declarou que "a conta de juros é o grande fator de desequilíbrio" no Brasil e defendeu regulamentação do imposto sobre grandes fortunas. O segundo disse que o governo não estava conseguindo cobrar os sonegadores e defendeu realizar uma auditoria nos pagamentos da União para bancos. Dilma disse que a queda na atividade econômica em curso naquele momento era "momentânea" e negou haver recessão. Já Marina expressou vontade de recuperar o tripé macroeconômico e defendeu autonomia para o Banco Central.

Segurança pública foi abordada ainda pelo Pastor Everaldo, Levy Fidelix e Aécio. O candidato do PSC relembrou ter prometido a criação do Ministério da Segurança Pública num eventual governo. O do PRTB classificou a segurança pública como "um dos maiores problemas da atualidade", criticou o salário dos policiais, por considerá-los baixos, e defendeu a privatização de penitenciária, a diminuição da maioridade penal e a colocação de mais dinheiro na área. Segundo ele, nela, era necessário melhorar as penitenciárias e "acima de tudo" combater o narcotráfico". Após dizer que o governo vinha investimento "muito pouco" em segurança pública, Aécio perguntou a Dilma se ela considerava a área como sendo de responsabilidade da União. "Candidato, eu acho que você tem memória fraca", pontuou a petista em sua resposta.

No momento mais acalorado do debate, Fidelix atacou o jornalista Kennedy Alencar, na época do SBT. O motivo foi uma pergunta feita pelo profissional ao político do PSC sobre como respondia à critica de que a sigla tratava-se de "uma típica legenda de aluguel, que vive do dinheiro do fundo partidário". "Agora, você que é mísero representante dessa mídia vendida, dessa mídia que ataca, essa mídia exatamente que coloca a gente nas pesquisas lá embaixo, porque são pesquisadas, nem registradas, são apenas protocolizadas, é sim língua de aluguel, você se comporta como tal e alguns outros da própria mídia. Agora um partido digno, que recebe míseros R$ 100 mil mensais do fundo partidário, você acha que dá para tratar de algum partido assim, meu filho? Com 47 funcionários que eu tenho. Isso é exatamente uma verdadeira calúnia", afirmou Fidelix.

Eduardo Jorge, designado para comentar a resposta, pontuou: "Eu não tenho nada a ver com isso", fazendo a plateia rir. O debate se tornou o assunto mais comentado em todo o planeta no Twitter naquele dia. No evento ainda, o candidato do PV, declarou que legalização das drogas e do aborto "sempre serão" bandeiras do partido e suas também. Marina Silva defendeu a realização de um plebiscito para o Brasil chegar a uma conclusão sobre o tema do aborto; disse que, desde o debate anterior, Dilma não conseguia reconhecer seus erros; classificou a falta de saneamento básico no país como um "problema grave"; e prometeu "fazer um novo pacto federativo para que os municípios possam atender as necessidades do cidadão".

Dilma declarou que sem apoio do Congresso não era possível "assegurar um governo estável, sem crises institucionais"; disse que os governos do PT fortaleceram a Polícia Federal e implementaram outras medidas em prol do combate à corrupção; destacou investimentos feitos em educação e saúde; chamou o pré-sal de "patrimônio do povo brasileiro" e de "passaporte para o futuro"; acusou Marina de demonizar o petróleo; e classificou a transparência como "necessidade" nos cargos públicos. Aécio prometeu controlar a inflação e fazer o Brasil retomar o crescimento; chamou parceria do governo com o setor privado de "essencial"; e acusou o governo Dilma de ter demonizado "as parcerias com o setor privado". O Pastor Everaldo disse que o pacto federativo estava "distorcido"; classificou a falta de saneamento de "coisa drástica"; afirmou que a família estava sendo "atacada em todos os sentidos" no Brasil; e se posicionou contra o aborto. Fidelix, por sua vez, se referiu à corrupção como "câncer" e declarou: "nunca houve tanta corrupção como tem acontecido nesses últimos anos".

Debate para o segundo turno

Dilma e Aécio participaram de debate do SBT para o segundo turno também. No início, Carlos Nascimento fez uma pergunta direcionada aos dois políticos: "Por que o senhor quer ser presidente da República?". O tucano disse que era candidato "para encerrar um ciclo de governo que fracassou" na economia e na gestão do Estado nacional. Já a petista se apresentou como "defensora de um modelo diferente para o Brasil do que governou antes, até 2002". "Um Brasil que emprega ao contrário de um Brasil que desemprega".

Aécio foi o primeiro dos candidatos a perguntar. "De quem é a responsabilidade por tanto desvio de dinheiro público na Petrobras?", falou a Dilma. Em sua resposta, ela atacou o governo de Fernando Henrique Cardoso: "Quem investigou? A Polícia Federal, que foi levada a investigar e que, ao contrário do passado, não era dirigida por filiados ao PSDB, como foi o caso da Polícia Federal no governo tucano. A Polícia Federal investigou e vai punir implacavelmente porque construiu provas, passou pelo Ministério Público e, agora candidato, a Justiça vai julgar. E isso significará que o Brasil, pela primeira vez, vai ter de fato o combate sistemático à corrupção".

Posteriormente, Aécio pontuou que ou Dilma foi "conivente" com a corrupção na Petrobras ou "incompetente para cuidar da maior empresa pública do Brasil". A primeira pergunta da petista ao tucano foi sobre por que "sempre" torceu contra o Prouni. Em sua resposta, disse que, num eventual governo, fundaria "a nova escola brasileira, uma escola que ensine e prepare o aluno e o jovem para os desafios da vida".

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A segundo pergunta do político do PSDB foi sobre como Dilma pretendia controlar a inflação e fazer o Brasil voltar a crescer. "Eu tenho certeza de que a inflação no Brasil está sob controle. Existe hoje uma tentativa de criar um clima de quanto pior, melhor", respondeu a integrante do PT. De acordo com ela, a crise hídrica que afetava estados brasileiros naquele momento, como São Paulo, levou a choques de oferta na energia elétrica e nos alimentos.

Ainda no debate, Dilma disse que implementou uma "política de combate à violência contra os jovens" em seu governo, política esta que Aécio disse ter fracassado, na sequência; e acusou a gestão dele em Minas Gerais de ter construído um aeroporto em terreno de tio do político. Já o tucano disse que Dilma estava se dispondo a fazer o que não fez ao longo dos quatro anos como presidente; afirmou que Dilma ofendia Minas Gerais "todos os instantes e em todos os debates" e não tinha conhecimento do que havia ocorrido no estado; e acusou a campanha de Dilma de ser "a campanha da mentira".

Em determinado momento, Carlos Nascimento precisou advertir a plateia. Isso porque houve manifestação após uma fala de Aécio. "A senhora não trouxe durante todo esse nosso debate uma proposta se quer que melhore a vida do cidadão, que melhore a saúde pública, que melhore a segurança. A senhora parece que não foi presidente da República, candidata. Olhe para o futuro. Tire os olhos do retrovisor, do passado, pense nos brasileiros", afirmou, gerando aplausos e gritos de apoiadores. O mediador, então, pediu para as pessoas não se manifestarem, em respeito aos candidatos e aos telespectadores.

Importância do debate

Para o doutor em ciência política e professor de políticas públicas e ciência política da Universidade Federal do ABC (UFABC) Diego Corrêa, a principal importância de um debate com candidatos a presidente da República está relacionada com informação.

"Informar os eleitores e, portanto, vai afetar mais os eleitores que estão menos informados sobre os candidatos. Os candidatos, quando eles debatem na televisão, eles não vão falar nada diferente do que eles já vêm falando durante a campanha. Muita gente não vem acompanhando, muita gente prefere assistir o debate do que se informar de outra forma. Então é mais nesse sentido. Candidatos menos conhecidos se tornam mais conhecidos. Então, para aqueles candidatos que têm uma porcentagem menor de votos, participar de um debate é algo muito positivo. Os eleitores que não os conhecem passarão a conhecê-los e a considerá-los como opção nessa eleição, o que pode também alavancar a candidatura para o futuro", complementou.

De acordo com ele, no caso dos presidenciáveis menos conhecidos, participar do debate é menos uma estratégia para o pleito do respectivo ano, e mais para sua carreira no longo prazo. "Agora, para os candidatos mais conhecidos, poucas pessoas não estão informadas sobre eles, então um debate, por exemplo, que envolve o Lula e o Bolsonaro, que são os dois com maiores chances de vencer as eleições, nos eleitores vai apenas reforçar convicções", pontuou.

Os debates do SBT com Dilma em 2014 refletiram, conforme o professor, "o que é a melhor estratégia durante uma campanha". "Você atacar o desempenho daquele que está buscando a reeleição, e ele que está buscando a reeleição de defender o seu governo, defender o seu desempenho".

Ele relembra, entratanto, que o resultado do pleito naquele ano foi bastante apertado. Tendo entendi que a economia brasileira naquele an não estava tão boa, nos debates, acrescentou o especialista, os candidatos adversários de Dilma "tentaram gastar todas as críticas nesse aspecto". "Afinal, a economia é um fator muito forte na definição do voto. O desempenho da candidata, nesse caso, na economia, é algo que pode realmente influenciar o comportamento dos eleitores. Mas aí de novo: não é o debate, é o desempenho".

Segundo o doutor em história e professor de história econômica no Insper Vinicius Müller, os candidatos a presidente abordarem temas ligados à economia em debates, como Dilma e outros fizeram nos do SBT em 2014, é "muito importante" para o desempenho dos presidenciáveis na corrida ao Planalto. "A gente costuma falar que, no final das contas, as eleições são decididas pelos temas econômicos", pontuou. O motivo é o tamanho do impacto da economia na vida das pessoas.

Ele acrescenta que, há oito anos, talvez Dilma tivesse se saído melhor contra Aécio no resultado do pleito se os resultados econômicos do seu governo tivesse sido "melhores". "Quer dizer, os resultados econômicos do primeiro mandato da Dilma não foram tão bons assim. Nós tivemos uma série de problemas que vinham se acumulando desde as respostas que os governos brasileiros deram às crises de 2008 e 2009, essas respostas foram se acumulando ou gerando problemas na economia que foram mal conduzidos pelo governo da Dilma. Isso gerou uma série de críticas a ela, inclusive de manipulação que seu governo fez de preços que podiam ser administrados, como o do petróleo, intervenção da Petrobras, que acabaram causando bastante insegurança nos agentes econômicos de maneira geral".

A forma como a petista conduziu os problemas econômicos, diz o professor, gerou também resultados que "no curto prazo puderam controlar a inflação ou ter algum tipo de fôlego para que a Dilma usasse isso a seu favor no debate, mas que muita gente na economia brasileira ou no Brasil sabia serem resultados superficiais". Dessa forma, muitas pessoas começaram, em suas palavras, "a desconfiar da capacidade da Dilma de dar continuidade a uma política econômica que tivesse resultados melhores".

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