Eleições

Candidatos com Ratinho: Ciro Gomes ataca Lula e critica 'voto útil'

Pedetista chama de "brutal conchavo" encontro com ex-presidenciáveis e diz que petista "não aprendeu nada"

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O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, criticou nesta 2ª feira (19.set) o encontro do candidato ao Planalto pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, com ex-presidenciáveis, entre eles o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (União Brasil). O pedetista classificou o encontro como "brutal conchavo". Terceiro colocado nas pesquisas, Ciro subiu o tom contra o adversário petista, criticou a legenda e seus integrantes, e atacou a busca pelo chamada 'voto útil'. 

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As declarações foram dadas em entrevista ao apresentador Carlos Massa, no programa Candidatos com Ratinho, nos estúdios do SBT, em São Paulo. Ciro teve 30 minutos para falar sobre suas propostas e planos de governo. Além de elencar as medidas, o presidenciável aproveitou o tempo para fazer críticas ao ex-presidente Lula, que foi mais atacado que o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

Ciro que disputa, neste ano, a sua quarta eleição presidencial, disse que o Partido dos Trabalhadores "virou uma organização criminosa" e criticou alianças do petista, entre elas o apoio do senador Renan Calheiros (MDB) e do ex-deputado, Geddel Vieira Lima. Afirmou que "Lula foi bater na cadeia porque ele loteou o governo com bandidos da corrupção" e que o petista "não aprendeu rigorosamente nada". Sobre o encontro desta 2ª, afirmou que "está se construindo a maior fraude eleitoral".

Quando comparou as propostas dos dois principais candidatos na disputa, disse que Lula e Bolsonaro representam o mesmo modelo econômico e o mesmo modelo de governança. 

Também falou sobre a chamada 'terceira via' e reconheceu que o espaço para ela é "muito apertado". "Mas, veja, eu tenho muita muita serenidade e eu sei o tamanho do buraco que está aí. Por isso eu só quero ser presidente se for pra mudar."

Economia

Na primeira pergunta, respondeu que quer ser presidente para ajustar o que chamou de maior crise econômica e social: "70 de cada 100 brasileiros ou estão em desalento ou estão desempregados ou estão empurrados para a informalidade". Disse ainda que a degradação ocorreu porque "a política que se vendeu para um sistema econômico que montou um governo como máquina de tritutar gente". 

Perguntado sobre os gargalos do país, disse que a política é quem atrapalha o crescimento. "A política que que aceitou, se vendeu, vamos ter clareza, se vendeu para o sistema econômico que montou o governo como a máquina de gente e transferir renda de quem produz, de quem trabalha para o sistema financeiro e isso também tem número, o Brasil tem quatro dos dez bancos mais lucrativos do mundo, sendo uma economia que está parada há onze anos, três Bolsonaro, oito de PT."

Ciro também voltou a prometer que, se eleito, vai criar 5 milhões de empregos e instituir a Renda Básica de Cidadania, além de pagar R$ 1 mil a cada família pobre. E afirmou que ninguém vai ganhar menos de R$ 471. Prometeu ainda uma ampla reforma tributária e fiscal, para financiar políticas públicas que reduzam o desemprego e a informalidade. O candidato também falou sobre taxar grande fortunas e criar um programa de refinanciamento de dívidas para ajudar 66 milhões de brasileiros endividados. "Todo dia as pessoas são bombardeadas com deboche porque acham que isso não é possível. Eu garanto que é fácil e vou fazer", disse sobre o programa de refinanciamento de dívida. "O meu projeto é de centro-esquerda, de apoiar quem produz e quem trabalha", acrescentou.

Ao falar sobre o Centrão, o grupo formado por partidos de Centro e que atualmente compõe a base aliada do presidente Bolsonaro no Congresso, Ciro afirmou que "não vai ficar nas mãos dele" e prometeu que, se eleito, não irá concorrer à releição. Disse que vai trocar o "toma-lá-dá-cá" por um acordo com prefeitos e governadores. "Eu vou pegar governadores e prefeitos dando em troca um refinanciamento de estados e municípios que estão todos quebrados."

"Eu vou pegar uns R$ 600 bilhões da dívida dos estados e vou renegociar. Eu digo pra eles: 'Olha, me ajude a fazer a Reforma Tributária que eu lhe compenso tirando a faca do pescoço da dívida'. Eu não estou falando de perdoar, estou falando de repercussão, botar isso pra vencer daqui dez anos pra descomprimir a finança dos estados e viabilizar o apoio dos governadores e prefeitos pra não vender ou seus sucessores."

O candidato exaltou o principal eixo do seu programa de governo: a criação de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND), com investimentos em ciência e desenvolvimento tecnológico, redução da informalidade, além de planos de expandir o acesso à comunicação e promover uma "revolução na educação pública".

Outras propostas

Sobre segurança pública, reconheceu que "hoje as periferias do Brasil não estão mais sob o contolre das autoriddades". "Hoje quem dá as cartas são as facções criminososas." Afirmou que vai combater o crime organizado com a federalização dos casos. "O policial local não tem condições de fazer esse combate. A experiência internacional mostra que o que você faz é usar a tecnologia, para acompanhar o rastro do dinheiro, e, quando prender prendeu o chefe, corta a cabeça, leva para um presídio federal. Não é possível mais fazer o enfrentamento sem inteligência policial, mudança no orçamento", declarou. 

Perguntado sobre as medidas de combate à corrupção, voltou a criticar o PT e, em determinado momento da conversa com Ratinho, afirmou que o "PT vai bater a sua carteira". Indagado se consegueria varrer de vez a corrupção em um futuro governo, foi taxativo: "Quem prometer isso pro povo é mentiroso. A corrupção é uma fraqueza humana, você mexer com dinheiro dos outros lá se vai a tentação. Mas eu posso garantir que eu não me corrompo. Nunca respondi por nenhuma acusação injusta. Então a primeira providência é o exemplo. Segundo, nós temos que ajudar as instituições a prevenir a corrupção. É você ter uma ferramentaria tecnológica em que você rastreia o dinheiro. O Brasil hoje tem um governo analógico, tudo para permitir a corrupção".  

Na área da saúde, lembrou que foi secretário da pasta no Ceará e prometeu prontuário eletrônico para facilitar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e um mutirão de cirurgias eletivas nos primeiros 100 dias de governo. 

'Voto útil'

Ao fim da entrevista, Ciro pediu uma chance e condenou o chamado 'voto útil'. Disse que os brasileiros não podem decidir entre o que chamou de "coisa ruim e coisa pior", em referência aos dois primeiros candidatos mais bem pontuados. O 'voto útil' ocorre quando o eleitor migra o voto para aqueles mais bem colocados nas pesquisas. Na reta final de campanha, a equipe de Lula tem trabalhado com forte apelo a essa estratégia para derrotar Bolsonaro e ganhar a disputa no 1º turno das eleições. 

O pedetista também fez acenos aos evangélicos, falou em nome de Deus, por mais de uma vez, e em uma das citações, ao pedir voto, declarou: "Peço a Deus que ilumine as minhas palavras para tocar o coração do povo".

O pedetista foi o segundo presidenciável entrevistado no Candidatos com Ratinho. Na última 3ª feira (13.set), o primeiro sabatinado foi o candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro. Na 3ª feira (20.set), será a vez da candidata do MDB, Simone Tebet. Na 5ª feira (22.set), o entrevistado será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ciro Gomes foi o segundo convidado do programa Candidatos com Ratinho | Reprodução/SBT
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