Disputa pelo governo em SP define cenário de 2026 ao Planalto
Principais nomes na corrida ao Estado - Haddad, Tarcísio e Garcia - estiveram ontem no debate do SBT
A disputa pelo governo em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, já dá indícios do cenário para a corrida ao Planalto daqui a quatro anos. Os principais nomes da corrida paulista - Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) - participaram do debate promovido pelo SBT e um pool de veículos de comunicação na noite de sábado (17.set).
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Os três postulantes paulistas são gestados pelos principais núcleos políticos do país, dos três espectros ideológicos - esquerda, direita e centro. A expectativa é que em 2026 uma nova geração de políticos apareça no radar à presidência em 2026.
Com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicando que, caso eleito, não concorrerá à reeleição, e Jair Bolsonaro (PL), caso reeleito, não podendo disputar novamente a cadeira do Executivo, o cenário fica aberto para os "apadrinhados".
Haddad em segundo teste
Fernando Haddad já foi testado em 2018, na eleição presidencial, com a inviabilidade do ex-presidente Lula, impedido de disputar por questões judiciais. O candidato ao governo paulista obteve 47 milhões de votos, quando Bolsonaro foi eleito, no 2º turno, com 57,7 milhões.
Em uma eventual derrota no estado, o petista será personagem de destaque em caso de vitória presidencial de Lula, com as credenciais de ter comandado a maior cidade da América Latina e ter atuado como Ministro da Educação entre 2005 e 2012, nos governos Lula e Dilma Rousseff.
Tarcísio "moderado"
Segundo colocado nas pesquisas, Tarcísio de Freitas é visto como "gestor eficiente". Funcionário público de carreira, foi Ministro da Infraestrutura até março último. O indicado de Bolsonaro ao governo paulista, mais moderado em relação aos arroubos presidenciais, voltará a ter destaque nos próximos anos, em eventual derrota em São Paulo e reeleição do presidente.
Garcia: nova "ficha" para retorno tucano
Na cola do segundo colocado, Rodrigo Garcia busca a reeleição, alçado ao cargo após o então governador João Doria largar a cadeira para disputar a presidência - tentativa também abandonada -, abrindo espaço ao vice. Antes, o tucano foi deputado estadual três vezes seguidas, de 1999 a 2010.
No atual cenário, Garcia observa crescimento nas pesquisas de intenção de voto, embaralhando o jogo pela segunda vaga ao cada vez mais provável segundo turno paulista. Após disputas e rachas no ninho tucano, o candidato é o único elemento dentro do PSDB que tem maior chance de crescimento no centro ideológico-político, uma "ficha" que o partido aposta para viabilizar uma candidatura nacional em 2026 após ficar de fora do pleito, pela primeira vez, em 2022.
Executivo nacional e paulista
São Paulo, com 34.6 milhões de votantes, é o maior colégio eleitoral do país, sendo uma "vitrine" para a cadeira do Executivo nacional. Dos cinco eleitos diretamente pelo voto popular, dois dos principais presidentes - Fernando Henrique Cardoso e Lula - têm suas carreiras forjadas no estado; o primeiro como senador, o segundo como deputado.
O número pode chegar a três presidentes paulistas quando a lista acrescenta Michel Temer (MDB), que saiu da vice-presidência para assumir o governo federal após o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. O emedebista foi Secretário de Segurança Pública de São Paulo e deputado federal pelo estado.
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