Eleições

Bolsonaro diz que aceitará resultado das eleições

Em entrevista ao Jornal Nacional, presidente impõe condições: se forem limpas e transparentes

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta 2ª feira (22.ago), que aceitará o resultado das eleições caso elas sejam "limpas" e "transparentes". A condicionante foi dada pelo candidato em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. A resposta foi dada após uma série de questionamentos a respeito de declarações dadas anteriormente pelo mandatário.

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"Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes. Tá resolvido [sic], vamos para um ponto final", declarou Bolsonaro a respeito da aceitação do resultado das urnas.

Como justificativa sobre as dúvidas em torno do processo eleitoral, o presidente lembrou do inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar um possível ataque hacker às urnas eletrônicas nas eleições de 2018, episódio que já foi atestado pela própria PF que não provocou interferência no pleito; mas ainda assim garantiu que qualquer desconforto com o TSE ficou para trás.

Bolsonaro destacou esperar pelo encontro entre o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), previsto para esta 3ª feira (23.ago). O candidato afirmou: "Tenho certeza que ministro Alexandre de Moraes vai conversar e chegar a bom termo".

Logo no início da entrevista, Bolsonaro também foi questionado sobre xingamentos aos ministros do STF e as críticas em torno do processo eleitoral. Primeiro, o presidente negou ter feito ofensas contra ministros, mas voltou atrás e justificou que declarações dadas anteriormente foi por estar sendo "perseguido o tempo todo por um ministro do STF".

Bolsonaro também disse que não existe mais nenhum mal-estar com ministros da Corte Eleitoral. Sem citar nomes, disse que a temperatura subiu, mas que o "assunto está pacificado". Justificou dizendo que teve um contato amistoso na posse do ministro Alexandre de Moraes, na última semana no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes -- que é o relator dos inquéritos contra Bolsonaro, no STF, já foi duramente atacado pelo presidente e costuma ser alvo de apoiadores do chefe do Executivo. 

Centrão

Bolsonaro se apresentava em 2018 como candidato anti-política e como candidato anti-Centrão. Na convenção do partido, nas últimas eleições, o aliado general Heleno chegou a bradar "se gritar pega Centrão, não fica um" trocando a palavra ladrão por Centrão.

Perguntado sobre a mudança de posicionamento e por que os eleitores acreditariam nele agora, Bolsonaro respondeu ao apresentador William Bonner: "Você está me estimulando a ser ditador. Porque o Centrão são mais ou menos 300 parlamentares. Se eu deixar de lado, eu vou governar com quem? Eu não governar com o parlamento, então você está me estimulando a ser um ditador. Sao 513 deputados, 300 são de parrtidos de centro, pejorativamente chamados de centrão, os do lado de lá, os 200 que sobram são o pessoal do PT, do PCdoB, PSol, Rede, não dá para você conversar com eles. Até porque eles não teriam número suficiente para aprovar sequer um projeto de lei comum".

Bolsonaro enfatizou que os partidos do centrão fazem parte da base aliada do governo "para que o governo possa avançar e reformas". "Graças ao Centrão nós aprovamos o Auxílio Brasil."

Confrontado com declarações contraditórias de que "não era do Centrão" -- enquanto deputado -- e que "sempre foi do Centrão" -- depois que elegeu-se presidente --, afirmou que no seu tempo de parlamentar "não existia Centrão".

Pandemia

Sobre as vacinas contra a covid-19, o presidente  ouviu perguntas sobre o comportamento dele durante a pandemia, declarações anti-vacina e o posicionamento do governo federal contrário ao lockdown. A simulação de uma pessoa sem ar também foi citada.

"A solidariedade eu me manifestei conversando com o povo nas ruas, visitando a periferia de Brasília, vendo pessoas humildes que foram obrigadas a ficar em casa sem ter um só apoio do governador ou prefeito", afirmou, sem, contudo, fazer referência às imitações.

Com a declaração, que constrangeu o aliado Ibaneis Rocha (MDB), governador do DF, Bolsonaro voltou a dizer que não faltou recursos aos estados durante o período de pandemia e jogou aos governadores a culpa no enfrentamento à crise sanitária. 

Economia

Na área da economia, o presidente afirmou que mesmo assim o país vem reagindo bem, e que só não está melhor porque "as promessas [de campanha em 2018] foram frustradas pela pandemia, pela seca enorme no ano passado, e a guerra". Disse também que 2019 foi o ano das reformas, e que o país avançou. "Tivemos a Reforma da Previdência, modernização das normas regulamentadoras, a grande reforma foi feita em 2019. Nós pegamos 2020, 2021 saldo positivo de quase 3 milhões de empregos no Brasil."

Bolsonaro enfatizou que quanto à inflação, "se fosse apenas no Brasil esse problema, eu seria o responsável".

Educação 

Sobre o escândalo que envolveu a saída do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que teria negociado propina em troca de distribuição de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Bolsonaro subiu o tom e reagiu: "Que escândalo? Cadê o o dinheiro aparecendo, você não sabe, está me acusando?". Admitiu que sobre as trocas na pasta "o ideal era não ter rotatividade nenhuma, mas essas coisas são como casamento, acontece".

Nas considerações finais, o presidente disse que pegou o Brasil em uma "situação crítica na questão ética, moral e econômica" e que fez o possível "para que a população brasileira sofresse o menos possível". Bolsonaro destacou o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, as recentes reduções no preço da gasolina, a transposição do Rio São Francisco, a criação do Pix e a anistia das dívidas de estudantes beneficiários do Fies.

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