Prefeitos apoiadores de Bolsonaro reúnem-se com o presidente em Brasília
Evento expõe racha na Confederação Nacional de Municípios, que tem grupos que apoiam diversos candidatos
O presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu nesta 4ª feira (17.ago) a um evento organizado por prefeitos em um hotel, na capital federal, em apoio à sua candidatura à reeleição. Cerca de 500 prefeitos participaram.
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Bolsonaro foi acompanhado pelo líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (PL-TO), pela ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda e pelo vice-presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Julvan Lacerda.
O início do evento foi marcado por uma oração feita pelo prefeito de Cachoeira Paulista, Antônio Carlos Mineiro. Antes de rezar o Pai Nosso, o prefeito disse que o município é um dos que fazem parte do circuito da fé e pediu orações em nome de Jair Bolsonaro. "Nossa cidade ora muito pelo Brasil e pelo nosso presidente", afirmou o prefeito.
Julvan afimou que o país não deve voltar ao passado. E agradeceu o compromisso de Bolsonaro pelo lema: mais Brasil e menos Brasília. "Vamos continuar querendo mais, mas muito do que a gente sonha já foi feito", disse.
Na sequência, Bolsonaro fez um discurso de mais de meia hora. Defendeu a ampliação do direito às armas e comentou as medidas do governo para reduzir a fiscalização em propriedades rurais: "Diminuímos em quase 90% o número de multas no campo. Fizemos a nossa parte. O produtor rural passou a não se preocupar tanto com a visita dessas pessoas do Ibama e ICMBio", disse. O presidente ainda disse que mantém as previsões de aumento para servidores públicos federais e do Auxílio Brasil de R$ 600 para 2023.
Bolsonaro defendeu também a maior destinação de terras para a produção de fertilizantes: "Nós podemos ser mais do que autossuficientes, nós podemos exportar fertilizantes. Começaremos a buscar a nossa autossuficiência na produção de fertilizantes no ano que vem". E fez uma fala irônica sobre a direção que o país pode tomar depois das eleições. "Não é só andar pra trás. Andar pra esquerda também não é bom."
O evento demonstra um racha entre os integrantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM), no qual grupos apoiam diferentes candidatos à Presidência. A princípio, o evento foi anunciado como sendo organizado pela confederação, já que conta com o apoio do vice, mas depois passou a ser divulgado como um evento organizado por um grupo de prefeitos. Participantes do evento informaram à reportagem que não há consenso dentro da CNM em relação ao apoio a um único candidato ao Planalto.
