Michelle Bolsonaro e Damares Alves preocupam campanha petista
As duas ajudam o candidato à reeleição Jair Bolsonaro com eleitorado feminino
A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve acesso a pesquisas que mapeiam as mulheres da política brasileira que mais influenciam o público feminino evangélico. Hoje, os nomes são da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves, candidata ao Senado pelo Republicanos do Distrito Federal.
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Esse diagnóstico causa preocupação na campanha petista porque as duas, que se tornaram amigas próximas, ao ajudar a diminuir a resistência deste segmento, podem puxar votos de Lula à reeleição presidencial de Jair Bolsonaro (PL). Isso porque parte das mulheres evangélicas também estão no grupo mais carente da sociedade.
Na interpretação de quem viu os estudos, a primeira-dama se apresenta não como uma mulher submissa, mas como alguém que busca protagonismo, que é altiva e suave ao mesmo tempo, além de ser carismática. O nome de Damares entre as maiores influenciadoras causou surpresa.
A estratégia da campanha no PT não será atacar Michelle Bolsonaro diretamente. Mas sim, buscar contradições entre o discurso e a prática. Exemplo disso foi o estardalhaço da campanha petista feito com a fotografia da primeira-dama de rosto colado com a atual mulher do ex-ator e agora pastor Guilherme de Pádua, que assassinou a atriz Daniella Perez, filha da dramaturga Gloria Pérez, em 1992.
As duas se encontraram em um evento da Igreja Batista Lagoinha, em Belo Horizonte.
Em entrevista, Jair Bolsonaro disse que, no dia, Michelle afirmou ter tirado foto com mais de 100 pessoas e que não sabia se tratar da esposa do assassino.
Estrategistas do PT avaliam que os resultados desse episódio foram politicamente positivos. Reservadamente, lamentam ter que usar "os mesmos expedientes" bolsonaristas, mas justificam que estão respondendo a ataques sucessivos. Um exemplo recente é o uso, por bolsonaristas, de uma fotografia da socióloga e mulher de Lula, Janja da Silvia, diante de ícones da religião de matrizes africanas.