Eleições

No Sudeste, todos os governadores vão em busca da reeleição

Os quatro atuais governantes da região buscam a reeleição com o desafio de defender o próprio legado nas administrações estaduais

Ao que tudo indica, os quatro atuais governadores da região Sudeste chegarão às eleições de outubro com uma missão em comum: buscar a reeleição. Apesar de irem para o pleito com status de atuais chefes do Executivo local, dois deles chegaram ao poder sem terem sido escolhidos exatamente para a função: Cláudio Castro, no Rio de Janeiro, e Rodrigo Garcia, em São Paulo. Em 2018, ambos foram eleitos vice-governadores. Os mandatários têm como desafio defender o próprio legado nas administrações estaduais.

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De vices a administradores que trabalham com o objetivo de serem reeleitos neste ano. Assim, Castro e Garcia se juntam aos outros dois atuais governadores do Sudeste. Isso porque Romeu Zema e Renato Casagrande também atuam para renovar o direito de permanecerem por mais quatro anos à frente dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, respectivamente.

Diante dessas movimentações, o SBT News publica a segunda matéria da série que se propõe a mostrar quem são os governadores que deverão ir atrás da reeleição -- além de resgatar como eles estavam há quatro anos. Na primeira parte do especial, foi apresentada a situação dos atuais governantes do Sul do Brasil.

Confira, abaixo, como estão (e como estavam há quatro anos) os atuais governadores da região Sudeste:

Cláudio Castro - Rio de Janeiro

De vereador de primeira viagem a chefe do poder Executivo do terceiro maior estado do Brasil em população. Assim pode ser descrita a carreira política de Cláudio Castro no intervalo dos últimos quatro anos. Em 2018, o paulista de Santos afastou-se da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para ser o candidato a vice na chapa de um magistrado que havia decidido entrar para a política partidária: o ex-juiz Wilson Witzel (então no PSC).

Captando o equivalente a 59,87% dos votos válidos no segundo turno disputado contra Eduardo Paes (à época no DEM, hoje no PSD), Witzel e Castro tomaram posse em 1º de janeiro de 2019. Apesar do mandato ter previsão para ser concluído em 31 de dezembro de 2022, somente um integrante da dupla -- então filiada ao PSC -- permanece ativo no poder fluminense. Witzel sofreu impeachment, em processo que foi de agosto de 2020 a abril de 2021. Assim, um político que até então havia cumprido dois anos de mandato de vereador tornou-se governador do Rio de Janeiro.

Mais do que tornar-se governador, Cláudio Castro quer manter-se no cargo pelos próximos quatro anos. Para isso, tem se movimentado nos bastidores do poder. A começar pelo partido ao qual está filiado. Deixou o PSC e, em maio do ano passado, foi para o Partido Liberal (PL), legenda que atualmente abriga o presidente Jair Bolsonaro.

Nesse sentido, o ex-vice-governador tem se aproximado da família do mandatário do país. No mês passado, Castro usou o Twitter para "homenagear" o senador -- e filho mais velho do presidente -- Flávio Bolsonaro (PL-RJ). "Político articulado e competente que tanto orgulha a população fluminense. Uma referência na vida pública e chefe de família exemplar", afirmou publicamente o político, que, em fase de pré-campanha, tem se reunido com representantes de outros partidos.

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Renato Casagrande - Espírito Santo

Diferentemente de Cláudio Castro, o atual governador do Espírito Santo já era um político experimentado há quatro anos. E com lista de cargos públicos no currículo. Em 2018, Renato Casagrande (PSB) obteve êxito na campanha em que visava retornar ao gabinete principal do Palácio Anchieta (já havia governado o estado de 2011 a 2014). Agora, em 2022, buscará a recondução ao cargo junto ao eleitorado capixaba.

Antes de ser eleito governador pela primeira vez, Casagrande já havia passado pelas duas Casas legislativas da esfera federal. Em 2002, o socialista foi eleito deputado federal. Quatro anos depois, foi a vez de vencer a disputa por uma das cadeiras no Senado. A lista de mandatos conta, ainda, com o cargo de deputado estadual por uma legislatura no início dos anos 1990 e, na sequência, o de vice-governador (1995 - 1998), na gestão liderada pelo então petista Vitor Buaiz.

Na parte específica para a função de governador, a disputa eleitoral deste ano servirá como desempate para Renato Casagrande. Isso porque, até agora, ele concorreu ao cargo em quatro oportunidades. Perdeu em duas, mas venceu em outras duas. Os reveses se deram em 1998 e 2014, quando tentou se reeleger pela primeira vez. As vitórias ocorreram em 2010 e 2018.
 
Para não repetir o desfecho de 2014, quando estava à frente do Executivo capixaba mas não conseguiu se reeleger, o atual governador costura apoios para o pleito de outubro. Realizado em março, o evento do PSB que marcou o início de sua pré-campanha contou com a presença de representantes do PT.

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Rodrigo Garcia - São Paulo

O atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, reúne pontos em comum tanto com Cláudio Castro quanto com Renato Casagrande. Como o político capixaba, tem décadas de experiência na vida pública. Mas assim como o colega à frente do Estado fluminense, ele trocou de partido e foi eleito como vice em 2018.

Garcia, no entanto, não se tornou governador paulista por ter acompanhado de perto um processo de impeachment. Ele assumiu o mais importante posto do Executivo estadual paulista em 1º de abril, dia em que João Doria renunciou para se dedicar às atividades como pré-candidato do PSDB à Presidência da República.

Também de forma similar a Castro, Garcia mudou de sigla. Nas eleições de 2018, ele pertencia aos quadros do DEM -- aliás, estava filiado ao partido desde 1994, quando ainda atendia pelo nome de PFL. Diante das tratativas para se tornar governador e buscar a reeleição, trocou o Democratas pelo PSDB no ano passado.

Com status de novo integrante do tucanato, Rodrigo Garcia chegará às eleições de 2022 com o objetivo de seguir fazendo o que faz há 24 anos: vencer disputas eleitorais. Em 1998, foi eleito deputado estadual. Na sequência, foi reeleito para dois outros mandatos na Assembleia Legislativa. Em 2010 e 2014, integrou a lista de deputados federais eleitos por São Paulo.

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Romeu Zema - Minas Gerais

No pleito de quatro anos atrás, o eleitorado mineiro foi apresentado a um empresário que declarou à Justiça Eleitoral ter mais de R$ 69 milhões em bens: Romeu Zema (Novo). Mais do que a apresentação, ele superou no voto figuras conhecidas do cenário político local, como Fernando Pimentel (PT) e Antonio Anastasia (PSDB), e foi eleito com 71,8% dos votos válidos no segundo turno.

Em 2018, Zema era estreante na política partidária. Agora, buscará se manter no comando do governo mineiro. Para isso, conforme noticiado em março pelo jornal Folha de S. Paulo, o partido dele, o Novo, até planeja romper com uma de suas tradições, o de não formar alianças com outras siglas.

Além da liberação de firmar coligação com outros partidos, Zema terá a missão de, em meio ao objetivo de se reeleger, ajudar a aumentar a bancada do Novo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Atualmente, a legenda conta com apenas dois dos 77 deputados estaduais.

Tendo em vista a possibilidade de ir em busca da reeleição, Romeu Zema tem usado as redes sociais para criticar abertamente adversários políticos, como o ex-governador Fernando Pimentel e destacar o que considera como feitos de sua gestão, como o aumento salarial do funcionalismo público. "Neste mês, todos os servidores receberam o salário com o aumento de 10% e, em junho, vamos pagar o retroativo a janeiro, fevereiro e março. Fazendo o que é certo, Minas avança", afirmou, por meio de postagem no Twitter, nesta semana. Assim, Zema sinaliza que, igual aos outros três atuais govenadores da região Sudeste, participará das eleições 2022 com um objetivo: reeleger-se.

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