PT avalia assistir de camarote conflito entre Bolsonaro e Justiça
Tese predominante é que associar-se a ministros do TSE pode dar munição à narrativa de conluio eleitoral
Diante de uma nova escalada de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral brasileiro, o PT avalia que não é o momento de o partido se envolver diretamente na controvérsia. Interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entendem que é necessário criticar a postura de Bolsonaro, mas que há um limite de atuação neste momento para não reforçar a narrativa dos bolsonaristas de que há um conluio eleitoral contra o presidente.
O PT reconhece a gravidade dos ataques, mas analisa que agora é hora de ser uma espécie de "assistente de acusação" e deixar que Bolsonaro prejudique a si mesmo com as acusações que faz contra o sistema de votação brasileiro.
Lula já tem feito críticas às declarações do presidente em entrevistas e manifestações públicas e esta é a estratégia que deverá ser mantida. Há quem defenda, inclusive, que os posicionamentos devem ser construídos em articulação com os demais pré-candidatos ao Palácio do Planalto.
Em sua live semanal de 5ª feira (5.maio), Bolsonaro defendeu a contratação de uma empresa para auditar as eleições antes da finalização do pleito. "Falei com o presidente do PL. Nós contrataremos uma empresa para fazer auditoria nas eleições. Essa auditoria não vai ser feita após eleições, uma vez contratada, a empresa já começa a trabalhar", disse.
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Em nota, o TSE destacou que "a fiscalização das eleições está prevista nos artigos 65 a 72 da Lei n° 9.504 de 30 de setembro de 1997, conhecida como Lei das Eleições". Ainda de acordo com o Tribunal, "os partidos políticos podem fazer suas próprias auditorias pelo Registro Digital do Voto (RDV). Lembramos, ainda, que qualquer cidadão pode fazer sua própria auditoria por meio do Boletim de Urna, emitido pelo mesário ao final da votação e divulgado nas seções eleitorais e no site do TSE".