Eleições

Pré-candidatos a presidente apresentam propostas para área da educação

O atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, foi o único presidenciável convidado que não respondeu

Os pré-candidatos a presidente Felipe d'Avila (Novo), André Janones (Avante), Simone Tebet (MDB), João Doria (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentaram nesta 3ª feira (26.abr) propostas para a área da educação, durante Encontro Anual organizado pela ONG Todos pela Educação, no pavilhão da Bienal, em São Paulo. O evento reuniu 300 pessoas, incluindo especialistas, lideranças políticas, lideranças cívicas, professores e especialistas em educação. O objetivo era promover debate e avançar nas "pautas urgentes" do Ensino Básico público do Brasil.

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Em vídeo, d'Avila afirmou que "o Governo Federal precisa focar na melhoria da Educação Fundamental no Brasil". "Para isso, temos de ter uma meta global. A meta global é atingir o top 20 do exame do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] nos próximos oito anos. Para isso, precisamos ter a meta doméstica, que é atingir no Enem, no Ensino Médio, uma média 7", completou. Segundo o cientista político, para que essa média seja alcançada, implementará em todo o país, se eleito, experiências como o Compaz e o Pacto pela Educação, de Pernambuco, e a ligação de recursos do ICMS com melhoria nos municípios para melhorar o nível da educação em todos as cidades, criada no Ceará.

Ele acrescentou ser necessário ainda "um curso especial para transformar a carreira do professor numa das carreiras mais desejadas do Brasil". "E aí, três medidas importantes. A primeira: exigir que aqueles que quiserem ingressar no magistério, na pedagogia, terão de estar no top 20% do Enem. Nenhum país do mundo melhorou a educação não criando uma barra alta para ingressar na carreira. Segundo, precisamos ter curso tempo integral para os professores. E terceiro, é preciso ter, sim, um exame de ingresso na carreira que entenda o lado prático, o lado pedagógico da carreira, porque senão não vamos ter bons professores na sala de aula".

André Janones disse que a educação básica no país encontra-se numa "situação caótica", como consequência, por exemplo, de não ser do "interesse da classe dominante, em especial da classe política, que possa se formar brasileiros conscientes, críticos e livres, de pensamento livre". De acordo com ele, para mudar o cenário, propõe a adoção de "quatro pilares principais": oferta de condições dignas de trabalhos aos professores, o que inclui valorização salarial e um aperfeiçoamento constante de conhecimento; modificação do sistema de financiamento estudantil, para ampliar o acesso ao crédito; implementação de "melhoria significativa na estrutura física, com disponibilização de laboratórios de informática, de ciência, quadras escolares, transporte público de qualidade para poder levar esses jovens até o ambiente escolar com tranquilidade, segurança"; e indicação de um ministro da Educação que venha da área e tenha não só conhecimento técnico, mas sensibilidade para ver os indivíduos "como pessoas, como gente, e não apenas números".

Conforme Tebet, o país tem "décadas de atraso" na educação "porque falta e faltou foco e vontade política". "Meu compromisso com a educação passa por colocar acima de tudo criança e jovem no orçamento federal e na transversalidade, e acabar com essa desculpa esfarrapada de que Ensino Básico de estados e municípios", pontuou. Ainda em suas palavras, "é importante que os cursos de pedagogia voltem a ser de responsabilidade das universidades públicas e presencial". "Nenhum curso de pedagogia pode ser feito à distância. A partir daí nós temos que pensar na valorização dos professores. A valorização dos professores passa não só pela questão salarial, mas pela qualidade do ensino e do curso, do ensino continuado. O professor valorizado e motivado ele vai para a escola. Mas que escola? Segundo passo: uma escola com infraestrutura adequada, com salas de aulas confortáveis, com laboratórios, material didático e conectividade digital".

A senadora pelo Mato Grosso do Sul propõe ainda a implementação de um ensino integral, "com olhar especial no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio". "As nossas crianças e jovens não podem querer sair da sala de aula", acrescentou. Em relação às crianças de 0 a 5 anos, afirma que trabalhará, se eleita, pela preparação dos cuidadores e universalização principalmente na faixa de 0 a 3 anos. "Nesses especto nós temos que trabalhar coordenada com os estados e municípios. Dinheiro existe e não é pouco", disse.

De acordo com Doria, caso seja eleito presidente da República, fará com que inciativas como aulas de inglês desde o primeiro ano do Ensino Fundamental sejam implementadas em todo o país. "Crianças falando inglês mudam a sua autoestima, melhoram a sua empregabilidade e criam oportunidade para atividade empreendedora", argumentou. Ele defendeu também o Novo Ensino Médio: "é um outro exemplo que deve ser seguido, já que ele oferece agora ao jovem a chance de estudar ao mesmo tempo em que conquista a sua profissão técnica". O ex-governador de São Paulo falou também que valorizará os profissionais da educação e trabalhará para a criação de escolas de tempo integral na educação básica.

Já Ciro Gomes propõe levar para todo o Brasil iniciativas já praticadas no Ceará: universalização da creche em tempo integral, que, de acordo com ele, tem entre os benefícios o estímulo ao "desenvolvimento das faculdades motoras e intelectuais das crianças"; aplicação da alfabetização "na idade certa", garantindo, assim, que as crianças "tenham um aprendizado de maior qualidade, sem ficarem atrasadas em relação a outros alunos, o que é a maior causa de evasão"; valorização e qualificação de professores, diretores e servidores, com acompanhamento, supervisão e formação continuada; e implementação, no Ensino Médio, do modelo "minha escola, meu emprego, meu negócio". Ciro diz defender ainda a construção de escolas de tempo integral, priorizando bairros pobres e populosos dos grandes municípios.

O Todos pela Educação convidou, para apresentarem as propostas para a Educação Básica, os pré-candidatos a presidente que obtiveram pontuação acima de 1% em no mínimo três pesquisas de intenção de voto. Todos falaram por meio de vídeos de no máximo 3 minutos e 15 segundos, com exceção de Lula: as propostas dele foram lidas por um representante no evento, também respeitando o limite de tempo. O atual chefe do Executivo federal, Jair Bolsonaro (PL), foi o único presidenciável convidado que não respondeu ao convite.

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