Moro nega ter sido juiz político: "É a perspectiva da corrupção"
Pré-candidato à Presidência diz que Bolsonaro atrasou reforma administrativa para não prejudicar reeleição
Sérgio Moro afirmou que não enxerga contradição em sua atuação nos últimos papéis de sua carreira, que inclui cargos privados, públicos e jurídicos. Ao ser questionado, na manhã desta 3ª feira (22.fev), durante evento da BTG Pactual, se foi um juiz político durante a Operação Lava Jato, Moro afirmou que isso é olhar pela perspectiva da corrupção.
"Isso é contar a perspectiva do lado da corrupção. A Petrobrás foi submetida a um grande esquema de suborno, para enriquecer políticos e financiar eleições e nós combatemos isso. Fui para o governo para consolidar esses avanços, mas quando vi que o governo não era sincero e tinha problemas legais e o combate à corrupção não iria prevalecer, resolvi sair", disse.
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Ex-ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pré-candidato à presidência pelo Podemos, Moro criticou a gestão atual e disse que se diferencia do atual presidente por defender a democracia. "Sou muito diferente de Bolsonaro e de Lula, sou a favor da democracia. Não devemos intimidar nem corromper a democracia. Não existe troca entre honestidade e crescimento econômico", destacou. O ex-juiz citou que ainda quando era ministro do atual governo, em 2019, lembra do presidente Bolsonaro falando que reforma administrativa era uma reforma para segundo mandato, para não prejudicar a reeleição.
Na questão econômica, Moro afirmou que, se eleito, vai focar em reformas econômicas e ser uma liderança reformista. Os três principais eixos para a economia são as reformas tributária, administrativa e ética.
"Meu projeto é reformista, não vou nem revogar reformas e nem abandoná-las, temos no nosso DNA reformas que precisam ser feitas. Para 2023, já programo uma reforma tributária, que é essencial. [...] Um outro ponto é a reforma administrativa, com objetivo de serviço público de qualidade. [...] Precisamos de uma reforma ética, um pacote ético, [...] é preciso cortar privilégios lá de cima. Duas coisas que a gente quer fazer: fim da reeleição para presidente da república e outra proposta é para acabar com o foro privilegiado para todo mundo, inclusive para o presidente da República", prometeu Sérgio Moro.
O ex-juiz afirmou ainda que defende que as reformas têm que ser para todo mundo, para eliminar privilégios e promover igualdade. Além disso, Moro ressaltou que pretende privatizar a maioria das empresas, pois inovação e crescimento estão no setor privado. "Minha posição não tenho nenhum preconceito contra privatização, privatizar tudo que for possível. Temos que analisar se funciona do ponto de vista de aumentar a eficiência econômica da nossa economia ou não. Acho que crescimento, inovação vem do setor privado", ressaltou.
Na área social, Moro defende a criação de uma grande força tarefa, parceria público-privada para ter esforço nacional de erradicação da pobreza e da fome. "Problema de transferência de renda completam a conta do fim do mês para as famílias, mas pouco fazem para permitir que pessoas escapem da linha da pobreza. Criar governança específica no país", disse.
Sobre uma união do centrão, o pré-candidato à presidência ressaltou que ela se faz essencial para combater os extremos políticos e que sua visão de um governo reformista é a mesma de João Doria. "Tem muita gente na terceira via que tem a mesma visão pró-reforma, inclusive João Doria, acho factível que nós possamos nos unir em algum momento deste ano para enfrentar os extremos, na minha opinião já deveríamos estar unidos. [...] Acompanho as pesquisas e estou em terceiro lugar, então não faz sentido de abdicar da minha pré-candidatura se ela tem maior potencial para vencer extremos. É preciso buscar união entre todos os candidatos do centro democrático", finalizou.
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