Relembre momentos em que campanha das prévias do PSDB se acirrou
Na reta final, Doria e Virgílio assinaram nota dizendo que representantes de Leite queriam adiar votação
A disputa entre os governadores João Doria e Eduardo Leite e o ex-prefeito Arthur Virgílio para vencer as prévias do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e, assim, se tornar o nome da sigla a concorrer à presidência da República em 2022 foi marcada por uma série de momentos em que se acirrou, apesar de filiados afirmarem que a união foi mantida e permanecerá.
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Em 17 de outubro, o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, escreveu no Twitter: "Leite vem a SP e ataca Doria mais uma vez. Diálogo na teoria, agressão na prática. É momento de termos um candidato para unir o partido e o país, não para dividir". Ele se referia a uma declaração dada pelo governador do Rio Grande do Sul em evento de campanha em Santo André, no ABC Paulista. No evento, Eduardo Leite havia afirmado que "negar participação no debate e lançar suspeitas à forma de votação é coisa de bolsonarismo. Espero que não volte o BolsoDoria". A fala veio em resposta a notícias de que o governador paulista tinha decidido não participar do primeiro debate e que aliados seus estariam levantando desconfiança sobre o aplicativo Prévias PSDB, que está sendo usado na votação neste domingo.
Já em 27 de setembro, Vinholi classificou como "absurda" a denúncia feita na semana anterior por executivas estaduais do partido aliadas de Leite, de que 92 prefeitos e vice-prefeitos paulistas teriam fraudado a data de filiação para ficarem aptos a votar na eleição interna. Na época, o tucano disse que o objetivo da acusação era "cercear o direito desses novos fiiados de votar nas prévias do partido e diminuir o colégio eleitoral de São Paulo".
Ainda naquela data, a equipe de Doria registrou um boletim de ocorrência sobre suposta invasão hacker de mensagens trocadas em um grupo político da campanha no WhatsApp. Diante do episódio, o coordenador-geral da campanha do governador paulistado, o secretário particular do governo, Wilson Pedroso, classificou o clima das prévias como "belicoso" e lamentou que estivesse assim.
Posteriormente, a Comissão do PSDB decidiu barrar a participação dos 92 filiados acusados de participar da suposta fraude do diretório paulista. Um dia depois, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, determinou que fossem retirados da lista de filiados aptos a votar os nomes de 34 integrantes ligados a diretórios que declararam apoio a Leite. A decisão foi tomada após o PSDB-SP questionar a presença dos 34 filiados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, apresentando as certidões oficiais deles à Comissão de Prévias.
Depois, na reta final, Doria e Virgílio assinaram uma nota conjunta segundo a qual suas equipes foram "surpreendidas" com uma proposta de representantes de Leite de adiar a eleição interna. "Os representantes das candidaturas de Arthur Virgílio e João Doria consideram o adiamento imoral e inaceitável. Adiar as prévias é casuísmo eleitoral", dizia comunicado. Ao SBT News, a assessora de Eduardo Leite disse que o governador não desejava adiar a eleição interna e que nenhum representante seu procurou as demais equipes para propor isso. Pelo Twitter, ainda Leite pontuou: "Não procede a informação de que nossa campanha tenha proposto adiar as prévias do PSDB. Não faz sentido postergarmos a decisão em um processo no qual trabalhamos com absoluta confiança na vitória. Queremos todos os filiados com o app em mãos e decidindo o futuro do PSDB no dia 21".
Além disso, na 5ª feira (18.nov), o governador do Rio Grande do Sul convocou uma coletiva de imprensa para dizer que nunca pediu nem pediria o adiamento da vacinação contra a covid-19 no Brasil, após repercussão negativa de uma fala sua sobre ligação que fez ao governador de São Paulo; na ocasião, disse que sua declaração foi repercutida de forma distorcida não só para prejudicá-lo nas prévias do PSDB, mas também para enfraquecer uma eventual candidatura sua à presidência da República em 2022.
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