Randolfe diz que abertura da CPI do MEC no Senado é "inevitável"
São necessárias, pelo menos, 27 assinaturas; requerimento possui, até agora, 25
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou, nesta 4ª feira (22.jun), que acredita ser "inevitável" a instalação, no Senado, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) diante da prisão do ex-ministro Milton Ribeiro. Randolfe apresentou em abril um requerimento para que as denúncias de favorecimento de liberação de recursos da pasta para prefeitos que negociavam com pastores fossem apuradas. "Eu acho que agora se torna inevitável a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito", avaliou o parlamentar.
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Não será necessário apresentar um novo requerimento e, de acordo com o senador, o documento precisa de mais duas assinaturas para que a CPI possa ser aberta no Senado. "Nós havíamos conseguido o número mínimo de assinaturas, o governo fez um mutirão no fim de semana em uma mobilização pouco vista aqui no Congresso e retirou três assinaturas, nós conseguimos repor uma assinatura em seguida, estamos por duas assinaturas", explicou o senador. "É por isso que o governo temia tanto a CPI. É por isso que o governo se mobilizou tanto para impedir que fosse instalada uma CPI", completou.
O pedido de abertura de CPI foi motivado pelas reportagens do jornal O Estado de São Paulo, que revelaram que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuavam no MEC para favorecer a liberação de recursos do FNDE para prefeitos. Em abril, durante audiência na Comissão de Educação do Senado realizada para apurar as denúncias, o prefeito Gilberto Braga, de Luís Domingues (MA), confirmou que o pastor Arilton Moura pediu 1 kg de ouro em propina no dia 7 de abril para encaminhar a demanda do gestor no MEC.
Braga contou que chegou em Brasília para uma reunião no MEC, que era voltada para municípios que estavam com obras inacabadas em suas regiões. O grupo se reuniu com técnicos do FNDE para saber se era possível conseguir as verbas. O prefeito afirmou que buscava dinheiro para finalizar uma creche em Luís Domingues. Foi então que o pastor Arilton Moura o chamou para um almoço em um restaurante. Milton Ribeiro não estava presente, apenas os dois pastores e cerca de 20 a 30 prefeitos. Braga contou que o pastor pediu que ele falasse sobre suas demandas. "Falou pra mim: você vai me arrumar os R$15 mil para protocolar suas demandas e depois que o recurso já estiver empenhado, você, como sua região é região de mineração, você vai me trazer um quilo de ouro", destacou. O prefeito afirmou que se afastou da mesa, foi almoçar e depois deixou o lugar. Ele não aceitou pagar propina.