Cúpula da CPI decide tirar menção a genocídio indígena do relatório final
Segundo presidente do colegiado, crime "não era consenso"
A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia optou por retirar, do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por genocídio de indígenas. A informação foi confirmada pelo presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), na noite desta 3ª feira (19.out), em entrevista a jornalistas. O parlamentar se reuniu com o relator e outros integrantes da CPI para discutir as tipificações referentes ao chefe do Executivo federal.
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"A questão pacificada é a questão de genocídio, foi retirado. Eu acho que é uma boa atitude. O senador Renan Calheiros ouviu a argumentação de todos", disse Omar. Em suas palavras, "o genocídio não era consenso. Não havia consenso de ninguém. Entre juristas não havia consenso. E, entre nós senadores, eu mesmo disse que tinha que ser convencido".
Ainda segundo o presidente da CPI, o indiciamento de Bolsonaro por homicídio qualificado também foi retirado do relatório. Porém, pode haver mudança nesse ponto até a votação do texto, marcada para o dia 26 de outubro. De todo modo, outra alteração decidida pelos senadores na noite desta 3ª, segundo o presidente da CPI, diz respeito a Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ): o parecer não traz mais o indiciamento dele por advocacia administrativa.
Omar Aziz acrescentou que disse aos demais senadores não achar justo o indiciamento do pastor Silas Malafaia. "Não vejo por que indiciá-lo", pontuou. O relatório aponta o pastor como suspeito de disseminar fake news.
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