Empresário nega pagamento de propina a ex-diretor do Ministério da Saúde
"Nunca oferecemos vantagem para o senhor (Roberto Ferreira) Dias", disse sócio da VTCLog
Raimundo Nonato Brasil, sócio da VTCLog e depoente desta 3ª feira (5.out) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, declarou aos senadores que a companhia é uma empresa familiar, ao ser questionado sobre o faturamento da VTCLog. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) completou a informação com uma crítica. "Empresa familiar muito acima da média das empresas familiares brasileiras", ressaltou.
Outra afirmação do depoente é que não houve nenhum tipo de favorecimento ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. "Nunca oferecemos nenhuma vantagem para o senhor Dias", afirmou à CPI da Covid. Em agosto, os senadores mostraram que o motoboy Ivanildo Gonçalves, que prestou depoimento à comissão, pagou boletos bancários atribuídos a Dias. Os boletos foram emitidos pela Voetur, do mesmo grupo empresarial ao qual a VTCLog pertence.
Ao ser questionado sobre o pagamento dos boletos pela empresa, justificou dizendo que não foi a VTCLog que pagou o boleto, e que Roberto Dias é cliente de outra empresa do grupo, que seria a Voetur. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), rebateu o depoente: "se ele é cliente da Voetur, ele deveria pagar compromissos, não receber boletos. Isso é óbvio, é cristalino, é um raciocínio elementar".
O requerimento para oitiva do sócio da VTCLog é de autoria dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Humberto Costa (PT-PE). A primeira opção para o depoimento desta 3ª feira (5.out) era o dono da VTCLog, Carlos Alberto de Sá. Entretanto, antes da convocação dele, a empresa enviou à CPI um atestado médico informando sobre o tratamento contra o câncer que o empresário estaria sendo submetido.
