CPI ouve sócio de empresa que ofereceu vacina chinesa ao governo
Depoimento no Senado está agendado para começar às 9h30 desta 3ª feira (24.ago)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouvirá nesta 3ª feira (24.ago) Emanuel Catori, um dos sócios da farmacêutica Belcher, empresa que atuou como intermediária do laboratório chinês CanSino em negociação com o Ministério da Saúde para que fossem fornecidas 60 milhões de doses da vacina Convidencia -- contra a covid-19 -- ao Brasil, por R$ 5 bilhões.
A oitiva está agendada para começar às 9h30. A convocação de Catori foi requerida pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para que ele preste informações sobre a negociação envolvendo o imunizante. Segundo Randolfe, o executivo "já fez transmissões online com [os empresários] Luciano Hang e Carlos Wizard para tratar da venda da vacina para o Brasil".
Na última 6ª feira (20.ago), a defesa de Catori protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido para que ele pudesse ficar em silêncio diante dos senadores. Nesta 2ª feira (23.ago), segundo informações de O Globo, o ministro Gilmar Mendes concedeu o direito, mas o sócio da Belcher não poderá faltar com à verdade quando questionado sobre fatos que não o incriminem.
Investigada também pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) -- por supostamente estar envolvida em superfaturamento na compra de testes rápidos para covid --, a Belcher tem sede em Maringá (PR), reduto eleitoral do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Ele já foi prefeito do município e, em sua gestão, Francisco Feio Ribeiro Filho, pai de Daniel Moleirinho Feio Ribeiro -- outro sócio da empresa na mira da CPI --, ocupou o posto de direitor da Urbanização de Maringá (Urbamar). Além disso, no governo de Cida Borghetti (PP), esposa de Barros, Daniel atuou na Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
Porém, perguntado sobre sua relação com sócio da Belcher e a empresa, em depoimento aos senadores em 12 de agosto, Barros disse que é amigo pessoal de Francisco e Daniel, mas que não participou de reuniões do Ministério da Saúde a respeito de facilitação da venda da Convidencia.
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