Braga Netto nega envio de recado com ameaça às eleições a Lira
Em audiência na Câmara, ministro também defendeu desfile de blindados e comentou nota de repúdio à CPI
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou ter enviado um recado com ameaças às eleições ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A declaração foi dada pelo ministro em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle nesta 3ª feira (17.ago), onde o ministro compareceu para explicar nota divulgada contra o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Na comissão, o titular da Defesa disse não se comunicar, nem usar intermediários, para contato com chefe dos Poderes. Braga Netto também afirmou que Lira já havia confirmado que o episódio não ocorreu.
"Eu não enviei ameaça alguma. Não me comunico com presidentes de Poderes, por intermédio de interlocutores. No mesmo dia, ainda pela manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, confirmou publicamente que não houve esse episódio", disse.
Sobre a nota de repúdio divulgada pelo Ministério da Defesa, à época criticando comentários de Aziz sobre o envolvimento de militares em suspeitas de corrupção, Braga Netto disse que o comunicado foi para insinuações generalizadas, e que se ficasse em silêncio, significaria concordar com o que foi dito na comissão.
"Não consideramos que seja correto que sejam feitos prejulgamentos se referindo à participação de militares em supostas falcatruas, de forma generalizada e apenas com base em suspeitas e ilações sem a necessária comprovação material e sem a observação do devido processo legal", declarou.
O ministro também foi questionado sobre o voto impresso, mas disse que não comentaria declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o tema. Braga Netto também saiu em defesa do desfile militar realizado em 10 de agosto, mesmo dia em que a Proposta de Emenda à Constituição do voto impresso foi a Plenário, e disse que o evento foi planejado com antecedência.