Após áudio, Luis Miranda pede à CPI prisão de Dominguetti
No documento enviado à comissão, deputado alega "falso testemunho" de vendedor
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) enviou nesta 5ª feira (1º.jul), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, um pedido de prisão do policial militar Luis Dominguetti, representante da empresa Davati Medical Supply.
No pedido, Miranda alega que o vendedor cometeu "falso testemunho", após divulgar um áudio do parlamentar em uma suposta negociação de compra de vacinas. O deputado negou que o teor da gravação seja referente à aquisição de imunizantes e disse que seria para compra de luvas.
"Ao ser indagado, alegou que não conhece o deputado e nunca conversou com este e que não sabe se realmente seria sobre vacinas o áudio mencionado. incorrendo no crime de falso testemunho", informou o pedido, autenticado em cartório.
Confira a íntegra do pedido:
Negociação
Primeiramente, o policial disse que Miranda estava negociando vacinas da AstraZeneca, da qual a empresa Davati seria intermediadora. Depois, alegou não ter mais certeza e que teria sido "induzido ao erro".
"Recebi o áudio e acreditei no áudio de boa-fé. Me foi postado e induzido a acreditar que eram vinculados, que eram postagens próximas, uma embaixo da outra, dando a entender a mim que eram vinculados ao mesmo fato. A forma que recebi o áudio, que ela sugeria uma ligação, que eram as mesmas tratativas", disse.
Ele afirmou à CPI que recebeu as gravações depois do depoimento dos irmãos Miranda, na última 6ª feira (25.jun). Devido às incoerências, parlamentares decidiram apreender o celular do depoente para perícia e o aparelho só foi devolvido ao fim da oitiva, que durou pouco mais de sete horas.
Covaxin
Miranda e o irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, da Saúde, contaram ter avisado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre um suposto caso de corrupção dentro da pasta nas tratativas pela vacina indiana Covaxin. O deputado ainda disse aos senadores que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), teria sido citado por Bolsonaro como um dos envolvidos no esquema.