CPI ouve representantes que teriam intermediado tratativas de vacinas
Pauta do colegiado prevê depoimentos de Luiz Dominguetti e Francisco Maximiano nesta 5ª feira
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid antecipou para esta 5ª feira (30.jun) o depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que seria representante da empresa Davati Medical Supply. Anteriormente, a oitiva estava marcada para 6ª. Além de Dominguetti, a pauta do colegiado prevê a presença do empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos, empresa que teria intermediado as negociações do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin.
Dominguetti foi citado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, ele se apresenta como representante da Davati e afirma ter participado de jantar em Brasília, em fevereiro, com o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. Na ocasião, Dias teria cobrado propina de US$ 1 por dose para fechar um contrato de compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Após a publicação da matéria, o Ministério da Saúde exonerou o diretor.
Covaxin
Será a primeira sessão dedicada às suspeitas de superfaturamento, após o caso ser relatado pelos irmãos Miranda. Na semana passada, em depoimento ao colegiado, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) relatou ter levado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma denúncia do irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda -- que também foi ouvido pela CPI --, de irregularidades no contrato da vacina.
Segundo o parlamentar, Bolsonaro teria dito que havia interesse do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) -- que nega as acusações -- no negócio, o que levou o vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a apresentar uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente por prevaricação.
Para seu depoimento nesta 5ª, Maximiano coseguiu o direito de não responder a perguntas potencialmente incriminatórias e de ser acompanhado por seu advogado. A decisão foi da ministra Rosa Weber, do STF.