Professor não vê "materialidade" para impeachment de Barroso, ministro do STF
"Ele sabe que a fala foi um lapso", avalia Luiz Fernando Pujol, membro da Abradep
Luiz Fernando Pujol, especialista em direito eleitoral, não vê "materialidade" para impeachment de Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pedido por congressistas de oposição ao governo do presidente Lula por causa da fala "nós derrotamos o bolsonarismo", dita em congresso da UNE.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Pujol acredita que Barroso "sabe que a fala foi um lapso". "Se a gente fosse enquadrar quebra de decoro como causa de impeachment, por uma fala imprecisa ou um equívoco, teríamos impeachment toda semana. Toda hora algum político, algum parlamentar fala alguma coisa inadequada", pondera.
Pujol não vê na declaração do ministro do STF "ato concreto para favorecer determinado partido ou prejudicar determinado movimento ideológico".
"Não é pegando falas isoladas que levam ao impeachment de um ministro do Supremo nem de nenhum político. Tem que ter atos mais concretos. Vejo ausência de materialidade. Vejo falas recortadas. E políticos sofrem muito com isso, reclama muito disso", explica o professor de direito processual eleitoral no curso de pós-graduação em direito eleitoral do Centro Universitário Internacional (Uninter).
Para o professor, "a perda de cargo realmente exige uma conduta muito mais consistente do que uma manifestação ou uma fala desequilibrada".
Leia também: