Saude

Rosquinhas e bruschettas: o infectologista pop que fala de ISTs com humor

No Dia Mundial de Combate à Aids, Ricardo Kores conversa com o SBT News sobre o uso das redes sociais na luta pela prevenção

Um médico infectologista viralizou nas redes sociais ao usar rosquinhas, bruschettas e pirulitos para falar, com bom humor, sobre sexo seguro. No Dia Mundial de Combate à Aids (1°.dez), o mineiro Ricardo Kores conversou com o SBT News sobre seu trabalho com os mais jovens e a importância da prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

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Morando e atuando em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Kores começou a se sentir incomodado ao perceber um aumento no número de pacientes, especialmente de 25 a 35 anos, que chegavam ao seu consultório com ISTs. "Além do tratamento, é função do médico fazer a prevenção", diz.

O infectologista queria ser uma ponte entre as informações médicas e a sociedade. Para ele, é a falta de uma comunicação próxima que faz, muitas vezes, com que o paciente pesquise pelos sintomas por conta própria, na internet, dando de cara com muita desinformação.

Foi assim que ele resolveu se aventurar pelas redes sociais. Com ajuda de um publicitário, passou a adaptar a linguagem médica em vídeos lúdicos. E as cenas, com falas como "cuidado com 'leite' no olho" e "você tem dado a sua 'rosquinha'?", mas também muito esclarecimento, viralizaram. No TikTok, seu vídeo mais popular tem 4,7 milhões de visualizações. No Instagram, o infectologista é seguido por 583 mil pessoas.

"O jovem está onde hoje em dia? O jovem está na rede social em massa, TikTok, Instagram, Facebook. Falei: 'tenho que acessar esses jovens'. E de uma forma bem legal, que prenda atenção, que ele veja de uma forma lúdica e aprenda junto", conta o médico.

@dr.ricardokores

Você sabia que esperma no olho pode transmitir essas ISTs? Além das infecções, pode causar irritação. Caso aconteça, você pode me procurar. ? Para agendar consulta online ou presencial, clique no link na bio. Ricardo Kores Médico Infectologista CRM 176104 RQE 94561

? som original - Ricardo Kores l Infectologista

Filho de uma enfermeira, Ricardo ouviu da mãe as dificuldades que teria ao se especializar em infectologia. "Nossa, você escolheu infecto. Muito difícil, porque você vai trabalhar com Aids", dizia ela. A preocupação dela partia das lembranças do início da doença, que na década de 80 - ainda desconhecida e sem tratamento possível - foi mortal.

"Hoje em dia os tratamentos estão muito mais modernos, tem também medicações para prevenção, tem muita tecnologia nessa área. Para algumas outras infecções tem até vacinas, no caso da hepatite e do HPV. Mudou muito o cenário. A gente não tem mais aquela coisa muito terrível, de muitos óbitos", diz.

A Aids, estágio avançado da infecção pelo HIV, causa o enfraquecimento do sistema de defesa do corpo, gerando assim o aparecimento de doenças oportunistas. Para ter um controle do vírus antes do surgimento da Aids, são usadas medicações, os chamados retrovirais.

"Tem medicações muito potentes e seguras, com baixos efeitos colaterais, e ela, por ser potente, vai conferir um status de indetectável para a pessoa. Indetectável é o quê? Que não tem vírus circulante, a ponto de ser detectado pelo exame", afirma. 

@dr.ricardokores O HIV atua no corpo assim. O uso da medicação impede que o vírus destrua as células de defesa do corpo. Por isso a importância do acompanhamento médico e do tratamento feito corretamente. Ricardo Kores Médico Infectologista CRM MG 68924 l RQE 58891 #hiv #hivpositivo #aids #hivbrasil #fy ? som original - Ricardo Kores l Infectologista

Com a carga viral indetectável, ou seja, com uma quantidade muito baixa do vírus HIV no corpo, a infecção fica controlada e, muito importante: a pessoa deixa de transmitir o vírus.

Mas o médico alerta. Não é porque a medicina evoluiu que as pessoas devem parar de se proteger. A Aids, que assustou a mãe de Ricardo nos anos 80, parou de causar medo nos jovens, segundo ele, porque o tratamento se tornou possível e as imagens de pacientes definhando e hospitalizados desapareceram do imaginário popular da juventude.

"[O jovem] não vê uma pessoa com Aids. Pensa que é distante, algo que não existe. Mas pode existir. Se a pessoa não se cuidar, não tratar, pode existir. Isso acabou tirando um pouco o medo. Mesmo sabendo que hoje o tratamento é muito bom, muito eficaz, tranquilo... é um tratamento, tem que seguir. A vida muda", diz.

@dr.ricardokores Relação extraconjugal existe e minha função é auxiliar na prevenção de ISTs. Julgar? JAMAIS! ? Auxiliar na prevenção de ISTs? SEMPRE! ? Você pode agendar consulta online clicando no link na bio. Atendimento sigiloso. Ricardo Kores Médico Infectologista CRM SP 176104 RQE 94561 #traição #traiçãoétraição #traira #traicaoetraicao #fy #paravoceforyou ? som original - Ricardo Kores l Infectologista

"Não, eu não vou te julgar!". Essa frase, dita em diversos de seus vídeos, também faz parte do atendimento de Kores. "Como infecto, não posso julgar", diz ele durante a entrevista. "O que determina o nosso trabalho é a saúde do paciente. Não são nossas crenças, o que a gente tem como verdade", completa.

Confira um trecho da entrevista com o médico Ricardo Kores:

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