Líder da oposição na Câmara vê como ingenuidade aproximação de Zambelli com hacker
O deputado Carlos Jordy, do PL-RJ, disse que jamais "daria abertura" para Walter Delgatti Netto
Deputados e senadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro reconhecem que foi um erro a negociação feita pela colega de bancada, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), com o hacker Walter Delgatti Netto. A aproximação que aconteceu antes das eleições do ano passado teve publicação nas redes sociais da parlamentar que é considerada bolsonarista-raiz, reuniões e o pagamento do que seria uma prestação de serviços na área tecnológica por parte do hacker. E são os pagamentos feitos por assessores de Zambelli para Delgatti que estão no centro do debate e na mira da Polícia Federal.
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A parlamentar primeiro admitiu o pagamento de R$ 13 mil ao hacker, diante da repercussão do caso, agora, a bancada bolsonarista diz que o dinheiro foi para pagar uísque que assessores da deputada compraram do hacker.
Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, sustenta que foi o hacker quem se aproximou da parlamentar e pediu para tirar uma foto. Segundo o deputado, Delgatti Netto teria dito a Zambelli que havia se arrependido de ter contribuído para a soltura do presidente Lula.
Na primeira conversa com a deputada, conforme o líder da oposição, o hacker teria se colocado à disposição para demonstrar supostas inconsistências no processo eleitoral, o que já foi desmentido dezenas de vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral. O parlamentar diz que se o mesmo tivesse ocorrido com ele, Jordy nunca teria dado "abertura" para Delgatti Netto.
"Nós sabemos como como funciona o modus operandi dessas pessoas. Eles têm uma conversa muito boa, tem uma lábia boa, a Zambelli acabou agindo por ingenuidade achando que ele somente queria fazer um teste público de segurança. E hoje nós sabemos que, na verdade, o que estava sendo feito era um cavalo de troia" afirmou o parlamentar em entrevista ao SBT News.
"Eu jamais daria abertura para uma pessoa que tem esse currículo extenso de fraudes, sobretudo estelionato um crime muito grave. E ele não é um mero estelionatário, ele é um criminoso contumaz. Foram mais de 40 pessoas que ele prejudicou com seus crimes de estelionato", completou Jordy.
Na 6ª feira (18.ago) em depoimento à Polícia Federal, segundo o advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, Walter Delgatti Netto entregou aos investigadores um áudio que comprovaria que o hacker recebeu R$ 40 mil para demonstrar que a urna eletrônica pode ser fraudada. O que o próprio hacker durante depoimento à CPMI dos Atos de 8 de janeiro disse ser impossível porque o sistema da Justiça Eleitoral opera de forma "offline".