"Quando há teto de gastos, tira dinheiro da saúde e educação", diz Lula
Presidente eleito defendeu que política fiscal seja atrelada à responsabilidade social
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta 5ª feira (17.nov), de um encontro com a sociedade civil na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). No evento, o político voltou a comentar sobre o teto de gastos e reforçou que, além da responsabilidade fiscal, é preciso pensar na responsabilidade social.
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"Se o teto de gastos fosse para discutir que a gente não vai pagar a quantidade de juros para o sistema financeiro que a gente paga todo ano, mas a gente fosse continuar mantendo as políticas sociais intactas, tudo bem. [Mas] quando você coloca uma coisa chamada teto de gastos, tudo que acontece é você tirar dinheiro da saúde, tirar dinheiro da educação, tirar dinheiro da ciência e tecnologia, tirar dinheiro da cultura", disse.
O presidente eleito emendou a declaração defendendo que a política fiscal deve ser atrelada à responsabilidade. Além disso, mandou um recado ao mercado financeiro:
"Você tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social e não tira um centavo do sistema financeiro. Se eu falar isso, vai cair a bolsa, o dólar vai aumentar? Paciência. O dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia", criticou.
Durante pronunciamento, Lula também reforçou o compromisso com os grupos vulneráveis no Brasil. Assim como no discurso de 4ª feira (16.nov), o político comentou sobre a criação do Ministério dos Povos Originários para oferecer cidadania às tribos indígenas e quilombolas. O petista disse ainda que, no futuro governo, promoverá um maior número de conferências com a sociedade civil.
Lula também citou o agronegócio e disse que irá trabalhar para garantir a preservação florestal. "O verdadeiro empresário do agronegócio sabe que não pode fazer queimada. Sabe onde não pode queimar, onde não pode derrubar. Não me preocupo quando dizem que o agro não gosta do Lula. Não quero que gostem, mas que me respeitem", afirmou.
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Em relação à crise climática, o presidente eleito disse que tentará fazer uma cúpula dos países amazônicos - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - para discutir medidas de conservação, bem como de desenvolvimento sustentável da região. "O Brasil tem que tomar iniciativa", frisou.