Política
Vitória de Bolsonaro em 2022 depende de novo auxílio emergencial
Análise é de Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva e entrevistado do Poder em Foco deste domingo
O presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela, Renato Meirelles, disse que o sucesso do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 depende da prorrogação do pagamento do auxílio emergencial.
O governo federal pagou a última parcela do benefício criado para ajudar a população vulnerável na pandemia da covid-19 em janeiro. Desde então, Bolsonaro tem procurado meios de prorrogar o auxílio, ainda que seja em valor menor.
"Qualquer ação de distribuição de renda no segundo país mais desigual do mundo tem efeitos concretos na geração de renda e economia. Se cria um ciclo virtuoso que, em primeiro lugar, impede que as pessoas morram de fome e, em segundo lugar, acelera o processo de recuperação da economia", ressaltou.
Na primeira etapa entre abril e agosto, o coronavoucher, como ficou conhecido, pagou cinco parcelas de R$600,00, podendo chegar a R$1200,00. Depois, o auxílio foi prorrogado por mais quatro meses com valor menor, de R$ 300. O governo pagou um total de R$ 294,3 bilhões para 67,9 milhões de brasileiros até o momento.
O presidente do Instituto Locomotiva cita, porém, as dificuldades que Bolsonaro terá de enfrentar para colocar esse projeto de pé, principalmente os relacionados aos aspectos fiscais. Fala, inclusive, em eventuais "contorcionismos" que o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de fazer para manter o pagamento do auxílio emergencial.
"O que eu quero dizer com isso é que sem algum modelo de distribuição de renda, dificilmente o presidente Bolsonaro será reeleito. Ele tem uma boa chance com o modelo efetivo de ampliação da distribuição de renda. Isso vai trazer alguns dilemas", analisou.
Mas ele considera que Guedes já está escolado para conciliar interesses econômicos e políticos. "A capacidade contorcionista do ministro Paulo Guedes, que vai tentar conciliar um discurso do mercado financeiro de um lado, com a manutenção do seu emprego, do outro lado, mas até aí o ministro já tem em diversas ocasiões mostrado a sua capacidade de ser um repentista da opinião pública com relação a qual é a narrativa mais conveniente pro momento", concluiu.
Comunicólogo e especialista em consumo e opinião pública, Renato Meirelles fez cerca de 40 pesquisas, desde o início da pandemia, para entender mudanças nos hábitos dos consumidores e avaliar o impacto social da doença. Abaixo alguns dados constatados nos estudos do Instituto Locomotiva.
Renato Meirelles, 43 anos, é paulistano. Ele é autor dos livros Um País Chamado Favela e Guia para Enfrentar Situações Novas Sem Medo. É membro do conselho de professores do IBMEC, onde é o titular da Cadeira de Ciências do Consumo e opinião pública. Em 2012, fez parte da comissão que estudou a nova classe média brasileira para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da presidência da República.
O Poder em Foco vai ao ar todo domingo, logo após o Programa Silvio Santos. É apresentado por Roseann Kennedy, que semanalmente recebe um jornalista convidado. Nesta semana é Ricardo Chapola, do site SBT News.
Meirelles é o entrevistado da edição deste domingo (28.fev) do Poder em Foco, no SBT."Eu arrisco dizer que, sem um processo de ampliação dos mecanismos de distribuição de renda, é muito difícil o presidente Bolsonaro ser reeleito", afirmou.
O governo federal pagou a última parcela do benefício criado para ajudar a população vulnerável na pandemia da covid-19 em janeiro. Desde então, Bolsonaro tem procurado meios de prorrogar o auxílio, ainda que seja em valor menor.
"Qualquer ação de distribuição de renda no segundo país mais desigual do mundo tem efeitos concretos na geração de renda e economia. Se cria um ciclo virtuoso que, em primeiro lugar, impede que as pessoas morram de fome e, em segundo lugar, acelera o processo de recuperação da economia", ressaltou.
Na primeira etapa entre abril e agosto, o coronavoucher, como ficou conhecido, pagou cinco parcelas de R$600,00, podendo chegar a R$1200,00. Depois, o auxílio foi prorrogado por mais quatro meses com valor menor, de R$ 300. O governo pagou um total de R$ 294,3 bilhões para 67,9 milhões de brasileiros até o momento.
O presidente do Instituto Locomotiva cita, porém, as dificuldades que Bolsonaro terá de enfrentar para colocar esse projeto de pé, principalmente os relacionados aos aspectos fiscais. Fala, inclusive, em eventuais "contorcionismos" que o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de fazer para manter o pagamento do auxílio emergencial.
"O que eu quero dizer com isso é que sem algum modelo de distribuição de renda, dificilmente o presidente Bolsonaro será reeleito. Ele tem uma boa chance com o modelo efetivo de ampliação da distribuição de renda. Isso vai trazer alguns dilemas", analisou.
Mas ele considera que Guedes já está escolado para conciliar interesses econômicos e políticos. "A capacidade contorcionista do ministro Paulo Guedes, que vai tentar conciliar um discurso do mercado financeiro de um lado, com a manutenção do seu emprego, do outro lado, mas até aí o ministro já tem em diversas ocasiões mostrado a sua capacidade de ser um repentista da opinião pública com relação a qual é a narrativa mais conveniente pro momento", concluiu.
Pesquisas
Comunicólogo e especialista em consumo e opinião pública, Renato Meirelles fez cerca de 40 pesquisas, desde o início da pandemia, para entender mudanças nos hábitos dos consumidores e avaliar o impacto social da doença. Abaixo alguns dados constatados nos estudos do Instituto Locomotiva.
- 8 em cada 10 brasileiros sentem necessidade de renovação na política
- Para 67% dos brasileiros é mais importante votar em candidatos que resolvam problemas, independentemente de sua ideologia.
- Na média, a renda do trabalhador brasileiro caiu 2/3 durante a pandemia
- 64% dos adultos da classe média (56,3 milhões de pessoas) estão com pelo menos 1 conta em atraso;
- 53% da classe média viu sua renda diminuir na pandemia; 35% acham que a sua renda continuará diminuindo depois da pandemia; 64% estão com medo de perder o emprego;
- 58% dos brasileiros declaram que a sua situação financeira impede a realização de coisas importantes para si;
Pesquisas Instituto Locomotiva
- Para 67% dos brasileiros é mais importante votar em candidatos que resolvam problemas, independentemente de sua ideologia.
- Na média, a renda do trabalhador brasileiro caiu 2/3 durante a pandemia
- 64% dos adultos da classe média (56,3 milhões de pessoas) estão com pelo menos 1 conta em atraso;
- 53% da classe média viu sua renda diminuir na pandemia; 35% acham que a sua renda continuará diminuindo depois da pandemia; 64% estão com medo de perder o emprego;
- 58% dos brasileiros declaram que a sua situação financeira impede a realização de coisas importantes para si;
Pesquisas Instituto Locomotiva
Perfil
Renato Meirelles, 43 anos, é paulistano. Ele é autor dos livros Um País Chamado Favela e Guia para Enfrentar Situações Novas Sem Medo. É membro do conselho de professores do IBMEC, onde é o titular da Cadeira de Ciências do Consumo e opinião pública. Em 2012, fez parte da comissão que estudou a nova classe média brasileira para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da presidência da República.
Poder em Foco
O Poder em Foco vai ao ar todo domingo, logo após o Programa Silvio Santos. É apresentado por Roseann Kennedy, que semanalmente recebe um jornalista convidado. Nesta semana é Ricardo Chapola, do site SBT News.
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