Caso Mãe Bernadete: Polícia diz ter identificado assassinos
Autoridades não revelaram os nomes dos suspeitos para preservar investigações
A Polícia Civil da Bahia disse que já sabe quem matou a Yalorixá, Mãe Bernadete Pacífico, no último dia 17 de agosto, no interior de seu terreiro, Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho.
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Apesar disso, para preservar as investigações e garantir a prisão dos envolvidos, não revelou mais detalhes do caso.
Agora, o inquérito sobre o assassinato de Mãe Bernadete está sob o comando da Polícia Federal, que passou a ser a responsável direta pelas investigações, que também conta com a Polícia Civil do estado.
O advogado David Menezes, que representa os familiares de Mãe Bernadete, confirmou o avanço nos inquéritos de investigação e cobrou a prisão imediata dos suspeitos.
"As autoridades não pediram a prisão preventiva, por quê? Vão esperar fugirem para fora do estado?", destacou o jurista.
Fontes ligadas ao caso apontam para um dos suspeitos de ter cometido o crime, que teria envolvimento com o tráfico de drogas na região.
SOBRE O CASO
A líder quilombola, Maria Bernadete Pacífico, a "Mãe Bernadete", foi assassinada a tiros, no interior do seu terreiro em uma ação teria sido promovida por criminosos, que invadiram o local e também fizeram familiares da vítima de reféns.
Bernadete foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho. Além disso, era Yalorixá, ou popularmente conhecido como "Mãe de Santo", nome dado para sacerdotisas de terreiros de Umbanda, Candomblé e Quimbanda.
Seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o "Binho do Quilombo", foi assassinado há quase seis anos, no dia 19 de setembro de 2017, ano em que o Pitanga dos Palmares foi reconhecido pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O território compreende cerca de 854,2 hectares, com 289 famílias residentes.
De acordo com levantamento da Rede de Observatórios de Segurança, a Bahia é o segundo estado com mais ocorrências de violência contra povos e comunidades tradicionais, com 428 ocorrências entre 2017 e 2022, atrás apenas do Pará, região Norte do país
*Com informações do Portal Aratuon