Servidor do INSS que auxiliava organização criminosa em golpes é alvo da PF
Autores do esquema ofereciam ajuda a idosos em troca de percentual do benefício previdenciário
A Polícia Federal cumpre, nesta 2ª feira (3.jul), seis mandados de busca e apreensão em Macapá, capital do Amapá. A operação visa apurar as atividades de uma organização criminosa responsável por enganar e tirar proveito de idosos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a ajuda de um servidor.
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Segundo os agentes, a investigação foi implementada após uma denúncia anônima. Nela, foi relatado que um idoso havia sido abordado por um casal, que teria solicitado documentos pessoais e acompanhado o idoso a uma agência do INSS para pleitear a concessão de benefício assistencial à pessoa com deficiência - a qual teria direito.
Quando o benefício foi concedido pela autarquia, o casal acompanhou o idoso ao banco para que fizesse o saque dos valores. Ao receber a primeira parcela, no valor de R$ 5 mil, o casal reteve R$ 1,8 mil, e no recebimento da segunda parcela, que seria de R$ 6,2 mil, o casal ficou com o valor total. No entanto, ao perceberem que os familiares do idoso estavam aguardando fora da agência, os criminosos devolveram R$ 5 mil.
"Com o avanço das investigações, a PF identificou um esquema de prospecção de possíveis vítimas, com a participação de servidor do INSS, e com fortes indícios de que este recebia vantagens indevidas para interceder na concessão dos benefícios sociais", disseram os agentes.
Além de conversas entre os criminosos e o servidor público, foi identificado que os articuladores do esquema possuíam informações privilegiadas, como datas das perícias agendadas, o que se daria, possivelmente, pelo acesso do servidor a tais informações. O servidor do INSS já havia sido investigado no ano de 2006 por conduta semelhante.
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Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar até 33 anos de reclusão, além do pagamento de multa.