Ex-senador Jucá é alvo de operação da PF e CGU por supostos desvios
Esquema teria causado prejuízo de mais de R$ 500 mi em convênios com prefeituras
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Imhotep, nesta 4ª feira (23.nov), que investiga um esquema de corrupção e fraudes em convênios com prefeituras de Roraima, entre 2012 e 2017. Um dos alvos é o ex-senador Romero Jucá.
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Os negócios irregulares teriam movimentado mais de R$ 500 milhões em convênios das prefeituras, com recursos do Programa Calha Norte. A Polícia Federal rastreou pelo menos R$ 15 milhões de propinas pagas. Esse valor deve aumentar com o aprofundamento das investigações.
Estão sendo cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima, nos estados de Roraima e São Paulo, além do Distrito Federal.
As investigações começaram com base em um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Com apoio da Corregedoria-Geral da União (CGU), foram identificadas três empresas de engenharia que pagariam propinas para ter favorecimento nos negócios.
Jucá e outros agentes públicos recebiam propinas, segundo a PF, para possibilitar os desvios. São investigados também parentes do ex-senador e empresas ligadas a eles. O dinheiro desviado destinado a ele seria recebido por intermédio desses negócios ilícitos.
"Há indícios que o ex-senador interferiria em assuntos relacionados a convênios nos quais houvesse a aplicação de verbas federais viabilizadas por ele, havendo evidências, inclusive, do 'travamento' de pagamentos de verbas oriundas de emendas parlamentares de sua autoria caso não houvesse o pagamento de propinas", informou a Polícia Federal.
Os principais crimes investigados são fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo a PF, a operação foi batizada de Imhotep, referência ao "grande 'engenheiro' do Egito antigo, a quem é atribuído a construção de várias obras faraônicas, como a Pirâmide de Djoser".
Foram feitas buscas na residência de Jucá e no escritório político dele, em Boa Vista. Procurado pelo SBT News, o ex-senador ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.