Perícia é fundamental para comprovar circunstâncias do crime
Presidente da associação do peritos federais, Marcos Camargo, afirma que identificação de corpos pode demorar até dez dias
Os restos mortais do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips vão passar por uma batelada de exames no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. Uma equipe multidisciplinar de peritos federais vai comprovar se os corpos são mesmo das vítimas, quando e como ocorreu a morte e qual foi essa dinâmica do crime.
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É o que explica o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais (ANPC), Marcos Camargo. Em entrevista ao SBT News, ele afirmou que, com esforços e sem intercorrências, em dez dias pode sair a confirmação sobre os corpos.
"A perícia é imprescindível, mesmo que haja confissão. Porque a perícia vai trazer elementos científicos. Ela não vai trabalhar com suposições, com convicções e com dados testemunhares apenas, ela vai trazer elementos científicos", afirmou Camargo.
A equipe de peritos convocada é multidisciplinar. Além da confirmação sobre a compatibilidade dos restos mortais com material genético das vítimas, outros laudos serão elaborados. Um dos objetivos é identificar as circunstâncias do crime e da arma utilizada.
Os dois irmãos presos que confessaram o assassinato, Amarildo Oliveira, o Pelado, e Oseney Oliveira, o Dos Santos, afirmaram à Polícia Federal que Bruno e Phillips foram assassinados a tiros, depois foram queimados e esquartejados, antes de serem enterrados.
Isso pode influir nas análises periciais. "As condições das amostras que são trabalhadas, sempre são um fator importante para qualquer exame pericial. Numa região que você tem um solo úmido e que o corpo passa por uma série de processos, e nesse caso você ainda tem as informações de que houve tentativa de se incinerar, que houve esquartejamento, tudo isso traz dificuldades."