RJ: Moradores acusam PM de executar jovem de 18 anos no Jacarezinho
Rapaz chegou a ser socorrido por familiares, mas já chegou sem vida à unidade de saúde
Moradores da comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, acusam policiais militares de executarem, a tiros, um jovem de 18 anos, na noite desta 2ª feira (26.abr).
Imagens divulgadas por pessoas que estavam no local mostram Jhonatan Ribeiro de Almeida já baleado, no chão, enquanto um grupo se mobiliza para socorre-lo. Em um dos vídeos, a vítima aparece sendo levada, desacordada, no colo de um rapaz, na garupa de motocicleta.
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O rapaz foi levado ainda com vida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, comunidade vizinha ao Jacarezinho, mas, segundo a secretaria municipal de Saúde, já chegou ao pronto-socorro em parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Uma das testemunhas do ocorrido foi o ativista social e influenciador Diego Aguiar. Nas redes sociais, ele afirma ter presenciado o momento em que policiais militares atiram em Jhonatan. "Deram um tiro no Jhonatan na minha frente. O moleque não estava com nada. Eles deram o tiro e saíram correndo. Meu Deus, mano! O que a polícia está fazendo com o meu povo?", escreveu em uma publicação.
MANO
? Diego Aguiar (@Dieguinho) April 26, 2022
DERAM UM TIRO NO JHONATAN NA MINHA FRENTE
O MOLEQUE NAO ESTAVA COM NADA
ELES DERAM O TIRO E SAÍRAM CORRENDO
MEU DEUS MANO
O Q A POLÍCIA TÁ FAZENDO COM MEU POVO
Na sequência, em uma série de vídeos, Diego Aguiar registra o momento do resgate à vítima e desabafa: "Um bando de covarde, irmão, que covardia. Eu não aguento mais. Só querem nos matar, o tempo todo, só querem nos matar. Que ocupação?".
No relato, o influenciador faz referência ao Programa Cidade Integrada, uma das principais iniciativas do governador Cláudio Castro (PL) na área de segurança pública. A "ocupação" que Diego questiona no vídeo diz respeito à presença permanente de PMs dentro da comunidade do Jacarezinho, que perdura desde janeiro desde ano.
Ao jornal 'O Globo' a mãe de Jhonathan contou que não houve tiroteio na região e que o filho foi morto pelos PMs no meio da rua, na frente dos moradores, mesmo sem ter qualquer envolvimento com o tráfico. A auxiliar de serviços gerais Monique Ribeiro dos Santos, de 35 anos, disse ainda que o rapaz deixa um filho de apenas 4 meses e que vai lutar por Justiça pela morte do jovem, para que outras mães não passem pelo que ela está passando.
Ainda na noite desta 2ª feira, moradores do Jacarezinho deram início a um protesto pela morte do rapaz. Já há informações de barricadas incendiadas nas principais vias de acesso à comunidade.
A Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação acompanha o caso e que os agentes envolvidos estão sendo ouvidos pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que assumiu as investigações.
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