"Não é fruto de momento", diz agente sobre busca em casa de Márcio França
Ex-governador de São Paulo classificou a operação como "política"
Um dos delegados responsáveis pela Operação Raio X Baixada, por meio da qual foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), disse, na tarde desta 4ª feira (5.jan), que o resultado dela "não poderia ter sido melhor". A declaração foi dada em coletiva de imprensa.
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Segundo o policial, "a coleta de elementos probatórios realmente surpreendeu pela qualidade e quantidade desses materiais". Ele acrescentou que, nas buscas, os alvos de interesse incluíam documentos, mas foram apreendidos também valores em dinheiro, três veículos de luxo, armas de fogo, 40 relógios e uma coleção de canetas.
A operação, que apura um suposto esquema de desvios de recursos da área de saúde e é um desdobramento da Raio X, deflagrada em 2020, em Araçatuba, no interior do estado, se estendeu por diferentes locais do território paulista. No total, participaram 169 policiais civis, 50 viaturas da polícia, 20 integrantes da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e integrantes do Ministério Público (MP). Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça de Santos, no litoral de São Paulo.
O objetivo, ainda de acordo com os delegados, foi possibilitar a identificação de outros indícios de envolvimento dos investigados em uma organização criminosa, com atuação em pelo menos três equipamentos públicos da área da saúde na Baixada Santista, que desviava dinheiro.
Segundo a delegada Lara, em alguns equipamentos públicos alvos da operação nesta 4ª feira, os agentes apreenderam mais de 240 volumes de caixas com documentos; em um imóvel, houve apreensão de cédulas de real, dólar e euro. Os agentes afirmaram ainda que a Raio X Baixada "não é fruto de um momento, é fruto de um trabalho da Polícia Civil".
A Operação Raio X, de 2020, culminou em quatro sentenças condenatórias, por crimes de peculato, lavagem de capitais e integrar organização criminosa, praticados pelo mesmo grupo com atuação na Baixada Santista. A análise de documentos e do conteúdo de dispositivos e smartphones apreendidos há dois anos na Raio X levou à conclusão de que haveria indícios da participação na Baixada.
A organização teria desviado pelo menos R$ 500 milhões dos cofres públicos. "Nosso intuito é obter o ressarcimento do erário. Colegas já conseguiram recuperar uma grande parte desses valores, cerca de R$ 100 milhões", pontuou o delegado Francisco. Em nota, Márcio França classificou a operação como "política". "Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas 'autoridades', com 'medo de perder as eleições', tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa".
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