Brasileiros que concorrem ao Oscar participam de festival em Hollywood

O Oscar 2024 acontece daqui a quase quatro meses, no dia 10 de março. Mas, as campanhas para a grande premiação do cinema mundial já começaram. Filmes brasileiros inscritos na competição desembarcaram em Hollywood para entrar nessa corrida e tentar a tão sonhada estatueta. Produções do nosso país foram apresentadas pelos próprios diretores no Festival de Cinema Brasileiro de Hollywood (HBRFF - Hollywood Brazilian Film Festival), que aconteceu nesta última semana em Los Angeles.

A dor que geralmente fica na solidão dos quartos e em corações apertados durante toda uma vida ganhou vozes para expor e promover discussão. O documentário  "Incompatível com a Vida" parte da experiência da própria cineasta Eliza Capai, que ouviu de seu médico o termo que virou título do longa, quando foi fazer um ultrassom do tão aguardado e sonhado bebê. 

"É um filme muito pessoal, que pretende ser um abraço para as mulheres, para os casais que passaram por essas situações, e uma provocação: como a gente abraça a vida quando a vida nos tirou tapete, o que a gente faz nesses momentos", contou Eliza ao SBT News. 

"Incompatível com a Vida" é um dos filmes brasileiros que estão na corrida do Oscar e que participaram do Festival de Cinema Brasileiro de Hollywood (HBRFF - Hollywood Brazilian Film Festival). Como o longa foi o vencedor do prêmio de Melhor Documentário do festival "É tudo verdade", se qualificou para concorrer ao Oscar. A produção fala de vida, morte, luto, maternidade e acima de tudo amor. 

"Incompatível com a Vida" estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta, 16 de novembro.

Curtas

Dois curtas-metragens qualificados para concorrerem ao Oscar também participaram do evento. "Mãri hi - A Árvore do Sonho" foi realizado na terra indígena situada entre os estados de Roraima e Amazonas. Este é o terceiro filme do cineasta Yanomami Morzaniel ramari e ajuda os não-indígenas a conhecerem os ensinamentos, sonhos e necessidades dos povos da floresta. Na apresentação do documentário ao público americano, ?ramari participou de uma conversa com o xamã e líder político do povo Yanomami Davi Kopenawa e o com cineasta M?ori da Nova Zelândia Taika Waititi, diretor de diversos filmes, entre eles "Thor: Ragnarok" e "Thor: Amor e Trovão".

Já Carlos Segundo está pelo segundo ano consecutivo nesta corrida. No Oscar de 2023, ficou entre os 15 pré-selecionados, como Melhor Curta de Ficção com "Sideral" e, agora, volta com outra produção na mesma categoria, o filme "Big Bang".

 "Na campanha anterior aprendi a ter paciência e a não sofrer. A campanha está em um outro lugar, a gente fala de cinema, mas também dessa lógica mercadológica. Existem caminhos a percorrer, é bastidor, encontrar as pessoas, estimular os votantes, tem muita emoção por vir", nos disse Carlos Segundo.

Representante oficial

Mas quem representa o nosso País na categoria de Melhor Filme Internacional é o documentário "Retratos Fantasmas", produção que estreou em Cannes e agora abriu o Festival de Cinema Brasileiro de Hollywood. Esta também é a segunda vez que o premiado diretor Kleber Mendonça Filho concorre, a primeira foi há 10 anos quando o longa "O Som ao Redor" foi escolhido para representar o Brasil. 

"Quando eu vim pela primeira vez para Los Angeles com a seleção do Brasil era meu primeiro longa de ficção. De lá para cá fiz "Aquarius", "Bacurau", viajei bastante pelo mundo, então talvez agora com "Retratos Fantasmas" eu esteja um pouco mais experiente. Mas, de toda forma, o trabalho é sempre o mesmo, você exibe seu filme, conversa com as pessoas. O filme tem se comunicado muito e tem feito muitos amigos por onde passa", falou Kleber em uma entrevista exclusiva ao SBT News.

"Retratos Fantasmas" é o olhar de Kleber sobre as transformações que passaram pela vida dele e também pela cidade de Recife. Uma visão particular sobre a casa que morou e os cinemas que frequentou, histórias que não diferem de outras metrópoles e que trazem sentimentos universais.