"É uma situação humanitária trágica", diz Mauro Vieira sobre Israel e Hamas
Nova tentativa do Brasil para acordo no Conselho de Segurança falhou e ficará com China; Lula criticou impasse
Sem acordo, a nova tentativa do Brasil para chegar a uma resolução entre Israel e Hamas durante a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) falhou. O país negociou uma quinta versão do texto, mas não conseguiu apoio dos países membros até esta 3ª feira (31.out). A confirmação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após a última reunião sob comando brasileiro. O chanceler também classificou a situação como "uma situação humanitária trágica".
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Vieira afirmou que todas as negociações possíveis foram direcionadas pelo Brasil, e que os próximos avanços do texto agora ficarão a cargo da China, que assume o comando do Conselho de Segurança. O ritmo para avanço de uma resolução também será definido pelo país.
"Nós tentamos reunir, a pedido dos membros também, os elementos positivos que havia nos outros quatro textos anteriores e também acrescentamos com trabalho conjunto de vários países outros aspectos para acomodar a posição de todos, e não foi possível chegar [a um consenso] até agora", declarou. "Os pontos de impasses são vários, e sobretudo depois que foi aprovado na Assembleia-Geral uma resolução. Isso já estabelece um ponto de partida", completou o ministro.
As negociações, encabeçadas em Nova York, nos Estados Unidos, foram alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. Mais cedo, o mandatário lamentou a morte de crianças no conflito e citou a dificuldade de um acordo. "A maioria dos mortos é criança e ninguém tem responsabilidade. A gente não consegue fazer uma carta da ONU convencendo as pessoas que estão ganhando. Não é possível. Parem. Pelo amor de Deus, parem", afirmou Lula.
Mauro Vieira também citou o presidente e disse ter recebido instruções diretas para que o Brasil negociasse termos de paz: "Instrução de que eu buscasse o entendimento que buscasse a diminuição do sofrimento de todos em Gaza, em Israel, na Palestina, na Cisjordânia. É impossível admitir uma situação em que pelo menos 3 mil crianças tenham morrido por ação direta dentro do fogo ou escombros dos edifícios que foram destruídos". Assista à íntegra das declarações do chanceler:
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