Armênia cobra ação internacional para garantir cessar-fogo do Azerbaijão
Ao SBT News, embaixador Armen Yeganian considerou que país tenta fazer uma limpeza étnica em Nagorno-Karabakh
Um apoio da comunidade internacional é necessário para garantir que o cessar-fogo do Azerbaijão seja cumprido na região de Nagorno-Karabakh. A avaliação é do embaixador da Armênia no Brasil, Armen Yeganian. Em entrevista ao SBT News, ele analisa que a área está em risco e lida com uma tentativa de limpeza étnica.
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"É óbvio que o Azerbaijão está tentando atrair a Arménia para a região de Nagorno-Karabakh. E é óbvio para nós que existe uma tentativa de limpeza étnica, que tem potencial para se tornar um genocídio. Porque as pessoas que moram ali não gostariam de deixar a região. Gostariam de permanecer em suas terras, em suas casas. Isso pode se tornar, infelizmente, uma enorme tragédia. Não podemos permitir isso", declarou Yeganian.
O embaixador também considera que, para haver o estabelecimento de paz, é necessário um comprometimento do Azerbaijão. E afirma que 120 mil armênios em Nagorno-Karabakh estão detidos. Estão reféns do Azerbaijão, que controla todas as estradas, todas as comunicações, de acordo com ele. Não há informação entrando ou saindo.
As declarações foram concedidas na última 5ª feira (21.set), após acordo para um novo cessar-fogo na região de Nagorno-Karabakh. O local faz parte do território do Azerbaijão, mas reivindica a própria independência, e foi alvo de bombardeios. A área é palco de conflitos há décadas, e tem a população formada em maioria por armênios. A Armênia nega ter enviado militares para a disputa recente.
"Nós temos todas as leis e convenção em vigor. Agora, temos que aplicá-las. Essa é a coisa mais importante. E como eu disse, isso se aplica não apenas aos armênios, mas a qualquer outra minoria que é ameaçada por uma força bruta"
Cessar-fogo
Armen Yeganian afirmou que o cessar-fogo firmado ainda deve ser melhor elaborado, com apoio da comunidade internacional. O embaixador afirma que não há muitas informações a respeito dos armênios que estão no local. "Não há informação entrando ou saindo. Então esperamos que este cessar-fogo se torne algo mais sustentável", afirma.