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No Brics, Lula critica aumento da desigualdade e diz que "o mundo andou para trás"

Em discurso nesta 5ª feira (24.ago), presidente também falou sobre emergência climática e reconstrução de laços com a África

Em mais um dia de Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez discurso no Diálogo de Amigos, nesta 5ª feira (24.ago). Durante fala de quase oito minutos, o petista criticou o aumento da desigualdade no mundo e destacou a importância de reconstruir laços com a África. Seis novos países integrarão o bloco a partir de 2024, incluindo a Argentina. 

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O presidente brasileiro reforçou que "é hora de revitalizar a cooperação entre os países em desenvolvimento". "A insegurança alimentar regrediu para os patamares de 2005. A democracia em vários lugares se vê ameaçada pelo extremismo ou corroída pela xenofobia. Estamos mais uma vez na história sob o risco de uma guerra nucelar. O mundo andou para trás", disse.

Lula elogiou a África e falou que "muitas das respostas que buscamos para construir um mundo mais equitativo" estão no continente. "A África se transforma na maior área de livre comércio do planeta, com 1,3 bilhão de pessoas e PIB combinado de 3,4 trilhões. À medida que órgãos multilaterais falham ao responder às ameaças à paz, a União Africana assume crescente protagonismo na resolução de conflitos", completou. 

Assim como no discurso de ontem, o presidente voltou a criticar o que chamou de "grandes constrangimentos impostos a países em desenvolvimento". "As promessas da globalização não se cumpriram. Muitas nações se veem hoje tolhidas por dívidas impagáveis. Nos últimos anos, o volume de recursos direcionados ao Sul global via comércio e investimentos vem diminuindo", continuou.

Falando sobre meio ambiente, Lula disse que o combate à mudança climática "oferece a oportunidade de repensar modelos de financiamento de comércio e desenvolvimento". "Precisamos de soluções que diversifiquem e agreguem valor à produção de países em desenvolvimento. O sinal mais evidente de que o planeta está se tornando um lugar mais desigual é o crescimento da fome e da pobreza. Isso é inaceitável", reforçou.

Lula ainda lembrou que "as emissões do 1% mais rico da população mundial são 100 vezes maiores do que as de 50% dos mais pobres". O presidente disse que "existem formas sustentáveis de ampliar a produtividade agrícola, gerar renda e oferecer proteção social". "O Brasil vai assumir a presidência do G20 em dezembro e quer recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional. Não podemos fazer isso sem maior representatividade para a África", completou Lula, defendendo o ingresso da União Africana como membro do G20.

No fim do discurso, o presidente afirmou que o Brasil pretende "inaugurar uma nova agenda de cooperação" com a África e reconstruir "nossos vínculos históricos com os países em desenvolvimento".

"A prosperidade só é plena quando é compartilhada. O mundo é mais complexo do que a mentalidade da Guerra Fria que alguns querem restaurar. Em vez de aderir à lógica da competição que impõe alinhamentos automáticos e fomenta desconfianças, temos de fortalecer nossa colaboração. O mundo com bem-estar para todos só é possível com ordem internacional mais inclusiva e solidária", concluiu Lula.

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