"Mundo não pode mais ser ditado pelo G7", afirma Celso Amorim
Para assessor especial do presidente Lula, amplo interesse na reunião do Brics é sinal de "afirmação global" do bloco
Assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim afirmou nesta 3ª feira (22.ago) que o mundo não pode mais ser visto como "ditado pelo G7" e que o interesse de dezenas de países em serem parceiros ou membros plenos do Brics, consolida o grupo como uma "nova força no mundo".
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"Eu acho que essa reunião deixa muito claro isso. Todo esse interesse que existe de expansão, de países que desejam ser parceiros ou membros plenos do Brics, demonstra que é uma nova força no mundo, que o mundo não pode mais ser visto como ditado pelo G7", disse Amorim.
O grupo formado por China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul realiza a 15ª Cúpula nesta semana, em Joanesburgo. A reunião é a primeira presencial desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, e terá a participação, além dos chefes de Estado e governo do Brics, com exceção de Vladimir Putin, líderes de mais de 40 países.
Durante a cúpula, serão analisados os pedidos de 23 países para estabelecer parcerias e compor oficialmente o grupo. Qualquer entrada, no entanto, depende de um consenso dos cinco membros atuais.
Na opinião de Amorim, a importância do evento indica também que as relações internacionais têm espaço para múltiplos protagonistas e o Brics tem potencial para traduzir parte disso. "É uma afirmação global. Acima de tudo, essa reunião do Brics, com esse grande interesse, um enorme número de países em desenvolvimento, demonstra que o mundo é mais complexo", avaliou o assessor especial.
Contraponto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contudo, negou que o Brics queira ser adversário de outros grupos econômicos. A declaração foi dada durante o programa Conversa com o Presidente, na manhã desta 3ª feira (22.ago).
Quando questionado se a entrada de novos países no Brics seria um contraponto a grupos como o G7, o petista negou.
"A gente não quer ser contraponto ao G7, ao G20, aos Estados Unidos. A gente quer se organizar, criar uma coisa que nunca teve, que nunca existiu", afirmou.
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