Missão lunar russa fracassa após colisão de sonda

A Rússia enfrentou um revés significativo em sua história espacial com o fracasso da primeira missão lunar após 47 anos. A espaçonave Luna-25, que carregava as esperanças de um retorno triunfal do país à exploração lunar, saiu de controle e colidiu com a superfície da Lua, pondo fim aos planos de um pouso suave. O episódio evidencia o declínio do outrora poderoso programa espacial russo desde os tempos da União Soviética.

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A agência espacial estatal russa, Roskosmos, comunicou a perda de contato com a nave no sábado (19.ago), durante as preparações para o pré-pouso. O pouso bem-sucedido estava programado para ocorrer nesta 2ª feira (21.ago). No entanto, a espaçonave entrou em uma órbita imprevisível e acabou se chocando com a Lua.

A Rússia, que já foi líder na corrida espacial durante a Guerra Fria, enfrenta agora as consequências do declínio de seu programa espacial. Desde o lançamento do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra, em 1957, e a viagem pioneira do cosmonauta Yuri Gagarin ao espaço em 1961, o país passou por mudanças substanciais em sua posição no cenário espacial global.

Esse incidente ocorre num momento em que a Rússia enfrenta desafios econômicos e geopolíticos. A economia de cerca de US$ 2 trilhões do país está sob pressão devido a sanções ocidentais e ao envolvimento em conflitos, incluindo a invasão na Ucrânia.

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A tentativa de retomada da exploração lunar pela Rússia foi aguardada com expectativa, com a missão Luna-25 sendo vista como uma chance de competir com as superpotências espaciais modernas, como China e Estados Unidos. No entanto, a falha demonstra as dificuldades e desafios envolvidos na exploração lunar, com os Estados Unidos e a União Soviética também tendo enfrentado inúmeras falhas em suas missões anteriores.

Enquanto a Índia se prepara para lançar seu satélite Chandrayaan-3 para pousar na Lua, a Rússia se encontra em uma situação complexa, lutando para recuperar sua posição de destaque no cenário espacial. As esperanças de demonstrar sua capacidade de competir no espaço foram abaladas por esse revés, que destaca questões como corrupção, projetos irrealistas e declínio na educação científica após o colapso da União Soviética. Como observou o renomado físico e astrônomo soviético Mikhail Marov, "é tão triste que não foi possível pousar o aparelho".

*Estagiário sob supervisão de Camila Stucaluc