Em meio a golpe, França diz que começará a evacuar cidadãos do Níger
Ataques contra embaixada francesa na capital do país motivou decisão do governo
O Ministério das Relações Exteriores anunciou, nesta 3ª feira (1.ago), que começará a evacuar os cidadãos que estiverem no Níger - que sofreu um golpe de Estado na última semana. Segundo a pasta, a decisão acontece devido aos ataques contra a embaixada francesa em Niamey, capital, e pelo fechamento do espaço aéreo do país.
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"A França reitera que a segurança das instalações diplomáticas e do pessoal, bem como dos residentes estrangeiros, são obrigações ao abrigo do direito internacional, em particular das Convenções de Viena. A embaixada francesa em Niamey foi violentamente atacada por grupos claramente preparados e que as forças de segurança nigerianas não conseguiram controlar totalmente", disse o ministério.
Ambassade de France ?? à Niamey: les manifestants mettent le feu.
? charles APPAU (@charlesAPPAU) July 30, 2023
Les forces de sécurité de l?ambassade riposte avec des lacrymogènes#Niger #NigerCoup pic.twitter.com/zHHdlDj8o3
Com 22,4 milhões de habitantes, o Níger vem enfrentando uma onda de violência jihadista. Desde que se tornou independente da França, em 1960, o país sofreu dezenas de tentativas de golpe de Estado. Uma das última bem sucedida ocorreu em fevereiro de 2010, quando o presidente Mamadou Tandja, eleito democraticamente, foi deposto.
Agora, os militares capturaram e depuseram o presidente Mohamed Bazoum, bem como outros seis políticos do antigo governo. Em reunião extraordinária, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) exigiu a libertação e reintegração imediata de Bazoum em até uma semana. Caso contrário, o grupo afirmou que usará "a força necessária" para assegurar a democracia no país.
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As juntas militares de Burkina Faso e Mali - países do Sahel que também sofreram golpe de Estado - emitiram um comunicado criticando a exigência do Cedeao. No texto, os militares alertam que qualquer intervenção para restaurar o presidente deposto do Níger levará à saída das nações do Cedeao e será considerada uma "declaração de guerra".