Perda de floresta tropical em 2022 foi equivalente ao tamanho da Suíça, diz estudo
Brasil liderou ranking mundial com 1,8 milhões de hectares devastados
O mundo continua sofrendo com o desmatamento acelerado. Segundo balanço da World Resources Institute, divulgado nesta 3ª feira (27.jun), em 2022, a perda de floresta primária tropical totalizou 4,1 milhões de hectares, área equivalente ao tamanho da Suíça. No geral, foram devastados cerca de 11 campos de futebol por minuto.
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No Brasil, a taxa de perda de floresta primária aumentou 15% de 2021 para 2022, sobretudo devido ao desmatamento desenfreado na Amazônia. Com isso, o país continua liderando o ranking de perdas de floresta primária tropical (1,8 milhões de hectares), sendo responsável por 43% do total global registrado no ano.
Além de colaborar para o aumento das emissões de dióxido de carbono, que aceleram o aquecimento global, a perda de floresta na Amazônia impacta as chuvas regionais e pode eventualmente levar a um "ponto de inflexão". Isso significa que a maioria do ecossistema pode se tornar uma savana, destruindo grande parte da biodiversidade brasileira.
"O estado do Amazonas, que abriga mais da metade das florestas intactas do Brasil, quase dobrou sua taxa de perda de floresta primária em apenas três anos. As perdas de floresta primária nesta parte da Amazônia são principalmente clareiras em grande escala - provavelmente para pastagens de gado - ao longo das rodovias existentes", diz o relatório.
Os autores citam ainda a perda florestal em terras indígenas ameaçadas. Os territórios Apyterewa, Karipuna e Sepoti, por exemplo, experimentaram níveis recordes de perda de floresta primária relacionada a invasões de terra. O mesmo ocorreu na terra indígena Yanomami, que foi alvo de uma operação do governo para expulsar garimpeiros ilegais.
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Assim como a Amazônia brasileira, florestas da República Democrática do Congo registraram um aumento significativo no desmatamento. Em nações como Gana e Bolívia também houve um rápido crescimento da perda florestal, enquanto Indonésia e Malásia conseguiram manter as taxas de perda de floresta primária perto de níveis recordes (-64%).