Tribunal russo rejeita recurso de jornalista dos EUA preso por espionagem
Corte decidiu que profissional ficará detido até 30 de agosto; governo norte-americano pede libertação
O Tribunal da Cidade de Moscou rejeitou, na 5ª feira (22.jun), o recurso do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, para ser libertado. O profissional está detido na capital russa desde o fim de março e enfrenta acusações de espionagem, que, se confirmadas, podem resultar em até 20 anos de prisão.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Na audiência, o Tribunal concordou com uma decisão judicial anterior, determinando que Gershkovich permaneça preso até o dia 30 de agosto. Para a embaixadora dos Estados Unidos, Lynne Tracy, que compareceu à sessão, a decisão é "extremamente decepcionante", uma vez que o profissional está sob acusações infundadas.
Evan Gershkovich foi detido no dia 30 de março, na cidade de Yekaterinburg. O governo russo alega que o jornalista estava tentando obter informações classificadas, ação vista como espionagem. Em nota, o Wall Street Journal negou as alegações do Kremlin e pediu a liberação imediata do profissional. O mesmo foi feito pelo governo norte-americano.
"Não temos dúvida de que o único propósito de seu trabalho era informar sobre a realidade atual na Rússia. A busca por informações, mesmo que tenha que frustrar interesses políticos, não faz de Evan um criminoso ou um espião, mas um jornalista", disseram correspondentes internacionais, que também defendem a libertação de Gershkovich.
Após a decisão do Tribunal, o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, anunciou que está considerando outro pedido de visita consular ao jornalista. A última solicitação foi rejeitada pela pasta em maio, como resposta à recusa de vistos a jornalistas russos que acompanhariam o Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York.
+ Ucrânia acusa Rússia de considerar ataque terrorista à usina de Zaporizhzhia
Segundo o governo norte-americano, acredita-se que a prisão de Gershkovich seja mais uma jogada da Rússia, que detém perfis de importância nacional para impulsionar um "pool de troca". No ano passado, por exemplo, Moscou prendeu a jogadora de basquete Brittney Griner, acusada de porte de drogas e contrabando. Ela foi trocada pelo famoso traficante de armas russo Viktor Bout.
