Em meio a protestos, Senado da França aprova reforma da previdência
Aumento da idade mínima de aposentadoria vem criando confusão entre governo e população
O Senado da França formou maioria e aprovou, nesta 5ª feira (9.mar), a reforma da previdência. A medida, em discussão desde o início do ano, prevê aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, bem como os anos de contribuição necessários para obter o benefício integral, que passarão de 42 para 43 até 2027.
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Deferida por 201 votos a 115, a medida ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Nacional para entrar em vigor. A votação, no entanto, deve ocorrer até o dia 26 de março, prazo que deve ser pressionado em meio à repercussão da ação no país. Em fevereiro, por exemplo, um debate sobre a reforma na Casa terminou em discussões violentas.
O cenário não é diferente nas ruas. Desde janeiro, os moradores estão realizando manifestações contrárias à reforma, alegando que a mudança irá prejudicar a classe média e, sobretudo, as mulheres. Isso porque, com a idade mínima sem distinção, muitas mulheres precisarão trabalhar até os 67 anos para compensar ausências geradas por gestações e cuidados familiares.
Os sindicatos, por sua vez, prometeram aumentar a pressão sobre o governo organizando protestos e greves. Muitos setores estão realizando paralisações nos dias de protestos, como trens, metrôs, aeroportos e escolas. Os principais portos marítimos também estão sendo bloqueados, assim como os embarques de petróleo.
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Apesar das reações negativas, o presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu seguir em frente com o projeto de lei. O líder defende que a reforma é essencial em meio aos países europeus, uma vez que a França conta com a idade mais jovem para se aposentar, e que a mudança garantirá o futuro do sistema previdenciário.