Entenda a crise política que desencadeou onda de protestos no Peru
Manifestações começaram no mês passado, logo após prisão de Pedro Castillo
A onda de protestos continua no Peru, enquanto o país andino mergulha na instabilidade e agitação política. Neste sábado (21.jan), dezenas de pessoas marcharam até a sede da Polícia Antiterrorista, na capital Lima, para exigir a libertação dos estudantes e manifestantes detidos na Universidade Nacional de San Marcos. Na manhã de sábado, a polícia peruana expulsou dezenas de pessoas que estavam acampadas no prédio da universidade mais importante do país.
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Os protestos, que até recentemente se concentravam no sul do território peruano, começaram no mês passado, logo após o presidente Pedro Castillo, o primeiro líder do Peru com origem andina, ser preso depois de tentar dissolver o Congresso. Ele continua detido sob a acusação de rebelião.
Os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte, que tomou posse em 7 de dezembro para substituir Castillo. Eles também querem a dissolução do Congresso e a realização de novas eleições.
Mais de 55 pessoas já morreram durante os protestos. A última morte aconteceu na noite de 6ª feira (20.jan), quando um manifestante foi assassinado e pelo menos nove outros ficaram feridos em confrontos com a polícia na região sul do país.
Também neste sábado, o governo decidiu fechar, por tempo indeterminado, o Machu Picchu - o ponto turístico mais famoso do país - e também a Trilha Inca que leva ao local "para proteger a segurança dos turistas e da população em geral". É mais um sinal de que os protestos antigovernamentais que começaram no mês passado estão envolvendo cada vez mais o país sul-americano.
A cidade de Cusco, onde está localizada Machu Picchu, tem sido o local de alguns dos confrontos mais intensos, levando a uma perda significativa de receitas turísticas. O Ministério da Cultura informou que os turistas que já compraram ingressos para a atração poderão obter o reembolso total do valor.
Neste domingo, o Papa Francisco fez um apelo pelo fim da violência no Peru. Dirigindo-se a cerca de 15 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Pontífice disse: "A violência extingue a esperança de uma solução justa para os problemas. Encorajo todas as partes envolvidas a trilhar o caminho do diálogo entre irmãos de uma mesma nação, no pleno respeito aos direitos humanos e ao estado de direito."
**Com informações da Associated Press
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