Haddad defende integração da América Latina para promover desenvolvimento
Ministro também abordou as possibilidades de investimento que a energia limpa traz para o continente
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, nesta 4ª feira (18.jan), a integração da América Latina para atrair investimentos externos e promover o desenvolvimento econômico da região. A declaração foi dada durante o painel "Liderança para a América Latina", no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
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Citando os governos anteriores de Lula, Haddad afirmou que a integração internacional da época levou o país a "crescer 1,5 vez mais que a média mundial". Segundo ele, somente uma integração regional poderá tornar a América do Sul mais competitiva e atrativa para investimentos externos.
"Eu penso que a integração dos nossos mercados para ganho de escalas consideráveis seja um outro elemento importante para a atração de investimentos externos compatíveis com as nossas necessidades de oferecer empregos de mais alta qualidade para os nossos trabalhadores. Então, não é só investimento em educação que precisa ser feito, mas também a atração de um tipo de investimento que a nossa região hoje tem um déficit importante e, para isso, a escala dos mercados não é uma questão trivial, é uma questão central."
Acordos
Ainda segundo o ministro, será necessário mais do que um acordo de livre comércio. A integração deverá passar também por infraestrutura, acordos comerciais e o próprio fortalecimento do Mercosul para que a região possa se reinserir no mundo.
"Se olharmos para o que está acontecendo hoje, nós vamos ver oportunidades incríveis que serão mais bem aproveitados se houver integração de infraestrutura, energética, comercial, e quem sabe, de forma mais ambiciosa, uma integração dos próprios mercados financeiros da região. Acho que é um conjunto de realizações que se tornarão mais fáceis com uma América Latina, particularmente uma América do Sul, mais integradas.", afirmou.
Sem isso, de acordo com Haddad, "teremos muita dificuldade de decolar".
Energia
O ministro também abordou a questão energética e as possibilidades de investimento que algumas limitações da energia limpa podem trazer para a região. De acordo com Haddad, as dificuldades no transporte desse tipo de energia podem levar não somente os países da América a se interligarem por linha de transmissão, mas podem atrair empresas e indústrias dispostas a produzir a partir da energia limpa.
"A energia limpa tem vantagens extraordinárias sobre qualquer outra forma de energia, mas ela tem uma limitação, ela não é facilmente transportável e isso pode ser uma vantagem não só pelo o que o presidente Petro (da Colômbia) falou, de poder interligar as Américas com linhas de transmissão, mas isso pode ser um fator determinante para a atração de empresas, indústrias, que queiram produzir a partir da energia limpa. Então hoje podemos fazer do nosso continente e da energia limpa um elemento central de um processo de reindustrialização. "
Os presidentes da Costa Rica, Rodrigo Chaves Robles, da Colômbia, Gustavo Petro, Guillermo Lasso Mendoza, do Equador, e a vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña, também participaram da conversa. Haddad e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estão representando o governo brasileiro em Davos.
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