Justiça anuncia execução de seis manifestantes no Irã
Detidos foram acusados de "promover guerra contra Deus"; protestos já deixam mais de 18 mil presos
Autoridades judiciais do Irã anunciaram, nesta 2ª feira (5.dez), a execução de seis detidos que participaram das manifestações envolvendo a morte de Mahsa Amini. Segundo relatado por agências locais, os presos, acusados de "corromper a terra" e de "promover uma guerra contra Deus" deverão receber a condenação em breve.
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O anúncio evidencia o temor da Organização das Nações Unidas (ONU), que previa a imposição de condenações sem julgamento aos detidos. No fim de novembro, por exemplo, a entidade pediu a liberação imediata dos mais de 18,2 mil presos, uma vez que a resposta violenta dada pelo governo iraniano aos protestos é sem precedentes.
Em pronunciamento realizado mais cedo, o responsável pelo poder judicial do país, Gholamhosein Mohseni Ejei, informou que ao menos 21 pessoas podem ser condenadas à morte devido à participação nas manifestações. Ele acrescentou ainda que vários detidos estão sendo sentenciados a penas de prisão sem tempo específico.
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A série de protestos desencadeada no Irã acontece após a morte de Amini, em setembro. A população continua exigindo esclarecimentos sobre o caso, uma vez que a jovem morreu três dias após ter sido detida por usar o hijab incorretamente. Apesar do governo afirmar que o óbito foi causado por "hipóxia cerebral", a família acredita que ela foi torturada.